CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Conferência internacional premia pesquisadoras brasileiras.
Denise Valente e Marystela Lopes ganharam o primeiro e segundo lugar na categoria Apresentação de Pôster Científico.
Em 27/02/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Duas brasileiras foram premiadas pelos seus projetos de pesquisa, na tarde de quarta-feira (24), durante I Semana da Ciência Brasil Irlanda, que acontece em Dublin, capital irlandesa.
Denise Valente, 28, e Marystela Lopes, 25, ganharam o primeiro e segundo lugar, respectivamente, na categoria Apresentação de Pôster Científico com trabalhos nas áreas de Ótica e Biocombustíveis. As jovens receberam o prêmio das mãos do embaixador do Brasil na Irlanda, Afonso José Sena Cardoso.
O projeto desenvolvido pela recifense Denise foi considerado a melhor pelos júris Martyn Pemble, da Tyndall National Institute, e Osvaldo Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP), que avaliaram 32 pôsteres ao todo, produzidos por brasileiros e irlandeses.
A pesquisadora, que se formou pela Universidade Federal de Pernambuco (UFP) e faz doutorado pleno na University College Dublin (UCD) por meio do programa Ciência Sem Fronteiras (SCF), investiga o Uso de Fibra de Cristal Fotônico com Líquido como Simulador de Retina e Sensor de Frente de Onda.
Em outras palavras, "Analisamos as reações dos raios de luz no olho. Estamos pesquisando como a retina funciona. Tudo que se sabe é sobre o seu formato e do que é feita, mas sem saber como ela funciona exatamente, não podemos compreender como os problemas acontecem e, portanto, não podemos criar soluções", explica a vencedora, que atua em parceria com outros dois pesquisadores: Diego Rativa (UPE) e Brian Vohsen (UCD).
Já o trabalho da soteropolitana Marystela, que veio da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e agora cursa o doutorado pleno na Universidade de Limerick (UL) também pelo CSF, está ligado à produção de energia renovável.
Com o título Conversão de D-Glucose em 5-Hidroximetilfurfural Usando Óxido de Estania Sulfatada Suportada com Al2o3 como Catalizador, a pesquisa busca desenvolver uma forma de tornar viável a produção de combustível biodegradável para substituir combustíveis fósseis. "É muito importante a participação neste evento para aprofundar relações de parcerias e facilitar a execução do experimento para que o resultado final beneficie a sociedade no futuro", comemora.
Marystela trabalha em conjunto com Karla Dussan (UL), James J. Leahy (UL) e Victor Teixeira da Silva (UFRJ).
Prêmio
Organizado pela Research Brazil Ireland, iniciativa do governo irlandês para promover pesquisa colaborativa entre os dois países, o prêmio foi um dos destaques do segundo dia da conferência Pesquisa Colaborativa para um Futuro Melhor, que acontece até está quinta-feira (26), e teve patrocínio Euraxess, que entregou um cheque de €250 e €150 para as campeãs.
A Euraxess é parte de uma iniciativa que envolve a Comissão Europeia e países da União Europeia e oferece todo tipo de apoio ao pesquisador que deseja desenvolver seus trabalhos na Europa, desde a organização da estadia e apoio familiar até informações sobre questões legais, segurança social, serviço de saúde e finanças. "Estamos muito feliz com o envolvimento da Euraxess no evento e com o sucesso das duas brasileiras durante a competição. Foi um resultado justo", diz Jennifer Cleary, gerente da agência na Irlanda, que também mantém duas representantes no Brasil.
Segundo ela, a conferência é uma ótima oportunidade para fortalecer e dar visibilidade ao trabalho sério que vem sendo feito entre pesquisadores brasileiros e irlandeses.
Fonte: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico