SAÚDE

Conheça a técnica que previne cicatrizes e queloides em cirurgias.

Restituição perfeita do tecido da pele ocorre em cerca de 80% a 90% dos casos.

Em 30/01/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Muitas mulheres reclamam do surgimento de queloides depois de passarem por cirurgias, como para colocação de próteses de silicone. O novo tecido que se forma no local onde foi realizado o corte se parece com um inchaço endurecido e de cor rosada. É dolorido e às vezes provoca coceira.

Esse incômodo pode ser prevenido por meio de uma técnica chamada betaterapia. Segundo o rádio-oncologista Carlos Rebello, do Instituto de Radioterapia Vitória (IRV), ela não é invasiva e vem sendo utilizada com sucesso para evitar cicatrizes no pós-operatório. 

“Consegue-se uma restituição perfeita do tecido da pele em cerca de 80% a 90% dos casos. Ela é indicada para qualquer pessoa que está se preparando para um procedimento cirúrgico e, principalmente, para aquela que possui histórico familiar ou pessoal de queloide”, informa o médico.

Como funciona

Carlos Rebello explica que a betaterapia é realizada com uma placa de estrôncio (fonte radioativa) de 1,5 cm colocada em contato com a área afetada, emitindo partículas beta na camada da pele, onde estão as células responsáveis pela formação de cicatrizes.

“O tratamento é composto por dez sessões, que são realizadas com intervalos de 24 horas. O tempo dispensado depende do tamanho da cicatriz. Mas, cada aplicação dura mais ou menos 10 segundos”, completa o médico.

Quando fazer

Para prevenir, as sessões devem ser iniciadas até 48 horas após a cirurgia. “De nada adianta aplicar a técnica sobre um queloide já formado. Nesse caso, há outras alternativas que podem amenizar o problema. Para a cicatriz já formada, recomenda-se uma cirurgia de remoção seguida de sessões de betaterapia, que inibirão o desenvolvimento de novo queloide”, conclui Carlos Rebello. 

Apesar de ser usada uma fonte radioativa, o procedimento é simples, indolor, pode ser aplicado em qualquer região do corpo e não gera nenhum risco ao paciente. “A radiação só penetra na pele e, por isso, até crianças que se submetem à cirurgia plástica por causa de queimaduras podem fazer este tipo de tratamento”, destaca ele.

Fonte: Ascom/HM