LAZER
Conjunto de prédios de Trump no Rio ainda não saiu do papel.
Projeto previa 5 torres, de 38 andares cada uma, mas terreno ainda está vazio.
Em 08/11/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Envolvido em polêmicas, o candidato republicano à Presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, que concorre na eleição realizada nesta terça (8), possui negócios na Cidade Maravilhosa que não fogem ao seu estilo "grandioso". O seu principal empreendimento, as Trump Towers Rio de Janeiro, anunciadas no fim de 2012, até hoje não saiu do papel.
O projeto previa cinco torres, com 38 andares cada uma, em uma área total de mais 320 mil m2 de área total construída e que faria parte do processo de revitalização da Zona Portuária, como informa o site do empreendimento. A construção estava prevista para o segundo semestre de 2013, mas G1 foi ao local e não encontrou sinais de que um empreendimento milionário estaria sendo construído no local.
De acordo com o site Trump Towers Rio, seis empresas da área da construção civil e de projetos imobiliários estão envolvidas na construção e venda dos escritórios das Trump Towers. O terreno fica na Avenida Francisco Bicalho, número 49, ao lado da quadra da escola de samba Unidos da Tijuca. De acordo com o projeto inicial, a quadra seria desalojada para dar lugar aos prédios de escritórios.
A Unidos da Tijuca afirmou, por meio de sua assessoria, que não recebeu nenhuma notificação e que continua operando normalmente no local. Ao lado da quadra também funciona um depósito da Guarda Municipal. Há ainda um grande terreno com um prédio desocupado, guardado por uma equipe de seguranças para evitar que a área seja invadida.
Não há a presença de caminhões, material de construção ou operários circulando pela área. O terreno onde a obra estaria localizada pertence à Caixa Econômica Federal, comprados com recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), para a revitalização da região. O uso do terreno seria comercializado com as empresas que se interessassem em construir na região.
De acordo com o blog do jornalista Matheus Leitão no G1, no fim de outubro, o Ministério Público Federal decidiu abrir investigação, no âmbito da Operação Greenfield, para apurar investimentos "possivelmente criminosos" que se relacionam com o grupo econômico The Trump Organization, que pertence a Donald Trump.
A investigação tem relação com investimentos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FI-FGTS) para entidades de previdência. O FI-FGTS é um fundo de investimento bilionário administrado pela Caixa Econômica Federal que aplica recursos do trabalhador em projetos de infraestrutura.
A atuação do FI-FGTS no Porto Maravilha gerou denúncia do MPF contra o ex-deputado Eduardo Cunha e outras quatro pessoas, aceita pela Justiça, tornando-os réus.
O anúncio do projeto foi feito no dia 18 de agosto de 2012, com a presença do prefeito Eduardo Paes e o vice-presidente executivo da Organização Trump, Donald Trump Jr., em um evento no Palácio da Cidade.
Por conta de um acordo de confidencialidade dos parceiros – Organizações Trump, MRP e Even – o valor do investimento do consórcio no projeto não foi divulgado. As Organizações Trump não deverão investir recursos, apenas sua marca. Mas segundo Carlos Terepins, presidente da Even Construtora e Incorporadora, o valor de mercado do projeto quando estiver em pleno funcionamento poderia ser calculado entre R$ 5 bilhões e R$ 6 bilhões e outras construtoras serão chamadas para participar.
O G1 procurou os responsáveis pela venda dos escritórios que levam o nome de Donald Trump no Rio de Janeiro para saber sobre o andamento das obras, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.
Na Barra da Tijuca, o candidato republicano à Presidência dos EUA também tem seu nome ligado a um empreendimento: o Trump Rio, hotel que funciona há quatro meses. De acordo com funcionários, que preferiram não se identificar, o local ainda não opera na totalidade de seus 170 apartamentos de luxo. As diárias custam mais de R$ 500. O local conta com uma piscina, que pode ser vista da orla da praia, e um restaurante.
Fonte: g1-RJ