NEGÓCIOS

Conselho pressiona Petrobras para conhecer metodologia de preços.

A discussão sobre uma fórmula para a paridade de preços ocorreu na reunião de 24 de julho.

Em 03/08/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

RIO DE JANEIRO - O Conselho de Administração da Petrobras está pressionando a diretoria a apresentar os critérios da metodologia utilizada pela companhia para definir os preços dos combustíveis no mercado interno, uma questão fundamental para a garantia da prometida paridade com as cotações internacionais, disseram à Reuters três fontes com conhecimento do assunto.

A falta de transparência, observada também na gestão da ex-presidente da Petrobras Maria das Graças Foster, acontece apesar de uma postura de cobrança do atual Conselho, com perfil mais técnico, sem integrantes políticos, militares e ministros de Estado, como no passado.

A discussão sobre uma fórmula para a paridade de preços, que visa evitar prejuízos como os registrados anteriormente, ocorreu na última reunião de Conselho em 24 de julho. Mas o diretor de Abastecimento da empresa, Jorge Celestino, não trouxe novidade aos conselheiros.

"Ele disse (ao Conselho) o mesmo que tem dito à imprensa, que vão praticar preços competitivos e de mercado", afirmou uma das fontes, preferindo ficar no anonimato.

A ausência de explicações sobre a metodologia adotada pela empresa para definir preços dos combustíveis era uma queixa recorrente também de parte do Conselho anterior.

Ao deixar o colegiado neste ano, o ex-representante dos funcionários Silvio Sinedino afirmou que a empresa sofreu "constrangimento de caixa pelo subsídio aos combustíveis comandado pelo governo, acionista majoritário", que visava evitar repasses de preços à inflação. Ele disse também que aquela política colaborou para a estatal acumular "a maior dívida corporativa do planeta".

O novo plano de investimentos da Petrobras 2015-2019 tem como premissa a paridade de preços de combustíveis e também depende da conclusão de um ambicioso plano de desinvestimentos, que soma mais de 15 bilhões de dólares apenas até o fim do próximo ano.

Por muitos anos, a empresa amargou prejuízos bilionários na divisão de Abastecimento ao importar gasolina e diesel por valores mais altos do que os praticados na venda dos produtos no mercado interno.

Reuters