POLÍTICA NACIONAL

Consumo aparente de bens industriais cresce 5,2% em junho

O indicador foi medido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Em 11/08/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: © REUTERS/Washington Alves/Direitos Reservados

O estudo foi elaborado pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea e divulgado hoje (11) no Rio de Janeiro.

O Indicador Mensal de Consumo Aparente de Bens Industriais, medido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), cresceu 5,2% em junho, em comparação ao mês anterior, na série com ajuste sazonal. O indicador mede a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno, acrescida das importações.

Com a alta de 2,2% observada em maio, em relação a abril, o segundo trimestre de 2020 registrou queda de 19,6% na margem. O estudo foi elaborado pelo Grupo de Conjuntura da Diretoria de Estudos e Políticas Macroeconômicas (Dimac) do Ipea e divulgado hoje (11) no Rio de Janeiro.

Comparação dessazonalizada

Ainda na comparação dessazonalizada, isto é, com ajuste sazonal, enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) aumentou 16,2% em junho, as importações de bens industriais caíram 22,5%. Em relação a junho do ano passado, a demanda interna por bens industriais mostrou retração de 12,4%. Com isso, o segundo trimestre do ano apresentou queda de 19,7% na comparação interanual, não na margem, em relação ao verificado no mesmo período do ano passado. No ano de 2020, até junho, a queda acumulada atingiu 9,8%.

Na análise de 12 meses encerrados em junho, a demanda foi reduzida em 4,2%, enquanto a produção industrial, medida pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulou baixa de 5,6%.

Grandes categorias

O estudo revela que, em relação às grandes categorias econômicas, o bom desempenho de junho na comparação dessazonalizada foi bastante disseminado. Excetuando o segmento bens de capital, que recuou 13,9%, todos os demais apresentaram variação positiva. Destaque para a demanda por bens de consumo duráveis, que subiu 72,1% na margem. Na comparação interanual, o resultado negativo foi generalizado, refletindo os efeitos da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

O Ipea apurou que, com relação às classes de produção, na comparação dessazonalizada, o bom desempenho registrado pelas grandes categorias econômicas se refletiu no resultado da demanda interna por bens da indústria de transformação, que aumentou 2,8% em junho sobre maio. O forte crescimento das importações de petróleo e gás natural no período levaram a indústria extrativa mineral a uma expansão de 59,7% na margem.

Análise setorial

Levando em conta a análise setorial, o estudo do Ipea constatou que 15 dos 22 segmentos pesquisados reduziram o índice de difusão, que mede o percentual dos segmentos da indústria de transformação, com aumento em comparação ao período anterior, após ajuste sazonal, de 77% em maio para 68% em junho. O destaque positivo ficou com o segmento veículos, cuja alta na margem atingiu 72,4%.

Na comparação interanual, o resultado ainda é bastante negativo, analisou o Ipea. Somente quatro segmentos registraram crescimento em junho ante igual mês de 2019. Os segmentos outros equipamentos de transporte e farmoquímicos foram os destaques positivos, com altas de 41,6% e 15,4%, respectivamente. No resultado acumulado em 12 meses, quatro segmentos apresentaram variação positiva, entre eles o segmento alimentos, com alta de 0,9%, e produtos de borracha e de material plástico (+1,5%).  (Por Alana Gandra - Agência Brasil)