ECONOMIA NACIONAL

Copom inicia sétima reunião do ano para definir juros básicos

A previsão do mercado financeiro é de que a Selic deve subir de 6,25% para 7,5% ao ano.

Em 26/10/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Raphael Ribeiro/BCB/Divulgação

Os membros do Copom sinalizaram, na ata da última reunião, que devem manter a elevação da Selic no mesmo patamar de 1 %.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) começa hoje (26), em Brasília, a sétima reunião do ano para definir a taxa básica de juros, a Selic, e deve repetir os aumentos promovidos nos últimos cinco encontros. Amanhã (27), ao fim do dia, o Copom anunciará a decisão.

Com a alta da inflação nos últimos meses, a previsão das instituições financeiras é de que a Selic deve subir de 6,25% para 7,5% ao ano nesta reunião. A expectativa de alta está no boletim Focus, pesquisa divulgada toda semana pelo BC. Para o final de 2021, o mercado prevê que a taxa fique em 8,75% ao ano.

Os membros do Copom sinalizaram, na ata da última reunião, que devem manter a elevação da Selic no mesmo patamar de 1 %, com uma política monetária contracionista diante da piora dos índices de preços. Já o mercado agora espera por um aumento maior, de 1,25 %, tanto no encontro desta terça e quarta-feira quanto na última reunião do ano, dias 7 e 8 de dezembro.

Dessa forma, a Selic continua em um ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegou a 6,5% ao ano, em março de 2018.

Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até chegar ao menor nível da história em agosto de 2020, em 2% ao ano. Começou a subir novamente em março deste ano, quando avançou para 2,75% ao ano e, no início de maio, foi elevada para 3,5% ao ano. Em junho, agosto e setembro, subiu para 4,25% ao ano, 5,25% ao ano e 6,25% ao ano, respectivamente.

Taxa Selic

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas da economia. Ela é o principal instrumento do Banco Central para manter a inflação sob controle. O BC atua diariamente por meio de operações de mercado aberto – comprando e vendendo títulos públicos federais – para manter a taxa de juros próxima ao valor definido na reunião.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem conter a atividade econômica. Ao reduzir a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.

Entretanto, as taxas de juros do crédito não variam na mesma proporção da Selic, pois a Selic é apenas uma parte do custo do crédito. Os bancos também consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

O Copom reúne-se a cada 45 dias. No primeiro dia do encontro, são feitas apresentações técnicas sobre a evolução e as perspectivas das economias brasileira e mundial e o comportamento do mercado financeiro. No segundo dia, os membros do Copom, formado pela diretoria do BC, analisam as possibilidades e definem a Selic.

Inflação em alta

Para 2021, a meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 2,25% e o superior é 5,25%.

No último Relatório de Inflação, divulgado no fim de setembro pelo Banco Central, a autoridade monetária estimava que, em 2021, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, fecharia o ano em 8,5% no cenário base, com Selic em 8,25% ao ano e câmbio em R$ 5,25. O próximo relatório será divulgado em dezembro.

Puxada pelo aumento dos preços de energia elétrica e combustíveis, em setembro, a inflação chegou a 1,16%, a maior para o mês de setembro desde 1994, quando foi de 1,53%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o índice está em 10,25%, acima dos 9,68% registrados nos 12 meses anteriores. Este ano, a inflação já acumula alta de 6,9%.

A projeção do mercado é de uma inflação fechando o ano em 8,96%, de acordo com o boletim Focus. É a 29ª alta consecutiva da previsão das instituições financeiras. (Por Andreia Verdélio - Agência Brasil)

Leia também:

Falta de material e custos impactam a indústria da construção
Tempo médio para a abertura de empresas diminui no país
Juros para famílias e empresas sobem em setembro, diz BC
Índice da confiança do comércio cai 3,1% em outubro, diz CNC
Petrobras anuncia novo aumento na gasolina e no diesel
Mercado vê alta de 1,25 % da Selic esta semana e em dezembro
Confiança do consumidor sobe após dois meses em queda
Reajuste médio dos salários fica abaixo do INPC em setembro
Três mil cidades brasileiras têm situação fiscal difícil ou crítica
Produção de petróleo e gás no pré-sal é recorde em setembro

TAGS: 
COPON | REUNIÃO | JUROS | SELIC | PREVISÃO