POLÍTICA INTERNACIONAL

Coreia do Sul elege presidente após impeachment.

Eleição é realizada após a destituição da presidente Park Geun-Hye por um escândalo de corrupção.

Em 09/05/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

As seções eleitorais abriram nesta terça-feira (9) às 6h locais (18h de segunda-feira em Brasília) nas eleições presidenciais de Coreia do Sul, celebradas após a destituição da presidente Park Geun-Hye por um escândalo de corrupção.

Após uma breve campanha dominada pelos temas de emprego e desigualdades, os eleitores poderão votar até as 20h locais (8h de Brasília) em um dos mais de 139 mil colégios eleitorais do país asiático. Espera-se uma taxa de participação excepcional.

Moon Jae-In, um veterano da luta pelos Direitos Humanos favorável a uma aproximação com a Coreia do Norte, é o grande favorito das eleições.

O candidato do Partido Democrático (centro-esquerda) lidera as pesquisas com 38% das intenções de voto, muito à frente do centrista Ahn Cheol-Soo, que em algumas pesquisas aparece empatado com o conservador Hong Joon-Pyo.

Uma vitória de Moon, de 64 anos, permitiria uma alternância à frente do país após 10 anos de reinado dos conservadores. Sua eleição pode significar uma importante mudança de política em relação a Pyongyang e ao aliado e protetor americano.

Ameaça da Coreia do Norte

O futuro presidente terá muito o que fazer, como combater a desaceleração do crescimento, as desigualdades, a alta do desemprego e o estancamento dos salários.

Mas o próximo ocupante da "Casa Azul", a residência oficial da presidência, terá como principal desafio a ameaça da vizinha Coreia do Norte.

Em um momento em que alguns temem um sexto teste nuclear de Pyongyang, a tensão cresce devido ao caráter imprevisível do novo presidente americano, Donald Trump, que ameaça resolver a questão pela força.

A instalação de um escudo antimísseis americano na Coreia do Sul para enfrentar a ameaça norte-coreana provocou irritação na China, e Trump deixou seus aliados perplexos ao pedir a Seul que pague uma fatura de US$ 1 bilhão pelo dispositivo.

Rompendo com a linha dura em relação a Pyongyang defendida por Park, Moon deverá - em caso de vitória - propor uma aproximação menos conflitiva com a Coreia do Norte e uma emancipação da tutela americana.

Impeachment de Park

Em dezembro de 2016, um escândalo de corrpução levou a Assembleia Nacional a destituir a então presidente Park Geun-Hye, o que acabou com sua imunidade e abriu caminho para uma investigação.

Sua queda em desgraça começou em meados de 2016, quando foi revelado que sua melhor amiga, Choi Soon-sil, que nunca ocupou nenhum cargo oficial, aproveitou sua influência para obter milhões de dólares de grandes empresas sul-coreanas. A ex-presidente nega todas as acusações e afirma que Choi traiu sua confiança.

O Tribunal Constitucional confirmou em 10 de março o impeachment.

Park foi presa no final de março, após um tribunal do distrito central de Seul emitir uma ordem de prisão por acusações de suborno, abuso de autoridade, coerção e vazamento de segredos governamentais após uma longa audiência.

Park é o terceiro ex-chefe de Estado da Coreia do Sul detido por um caso de corrupção. Chun Doo-Hwan e Roh Tae-Woo cumpriram penas de prisão nos anos 1990 por motivos similares. O ex-presidente Roh Moo-Hyun, eleito democraticamente, cometeu suicídio em 2009, quando ele e a família eram investigados por corrupção.