SAÚDE
CRE Metropolitano faz diagnóstico de doença pulmonar.
O público-alvo dessa mobilização são pessoas com mais de 40 anos de idade.
Em 16/11/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Para reforçar a importância do diagnóstico precoce e do tratamento da DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), a Secretaria de Estado da Saúde do Espírito Santo (Sesa) oferecerá avaliação clínica e exame de rastreamento, nesta terça-feira (17), no Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, em Cariacica. O público-alvo dessa mobilização são pessoas com mais de 40 anos de idade, que fumam ou fumaram por mais de 15 anos, e apresentam sintomas como tosse com catarro, chiado no peito, cansaço ou falta de ar.
Segundo a pneumologista Carla Cristiana Castro Bulian, a DPOC é uma doença progressiva e debilitante, que afeta o pulmão e prejudica a respiração, tornando atividades de rotina, como andar pela casa, subir e descer escadas e tomar banho, cada vez mais difíceis. Mas a médica ressalta que com tratamento adequado e iniciado precocemente é possível aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Atualmente, 620 pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica são acompanhados no Ambulatório de DPOC do CRE Metropolitano, muitos deles diagnosticados em mobilizações como a programada para esta terça-feira.
Um total de 400 pessoas devem ser atendidas, e os interessados em fazer a avaliação devem comparecer ao Ambulatório de DPOC, que fica no térreo do CRE Metropolitano, entre 8 horas e 16 horas. Segundo a pneumologista Carla Bulian, os participantes responderão a dois questionários e, após serem avaliados por um profissional, se preencherem os critérios de risco para a doença serão encaminhados para realização do pico de fluxo.
“O pico de fluxo expiratório é um exame de rastreamento. É realizado com um aparelho portátil que mede a velocidade do ar expirado, permitindo avaliar o grau de obstrução das vias aéreas”, explica a pneumologista, acrescentando que muitas pessoas subestimam os sintomas, acreditando que a dificuldade de respirar e o cansaço físico são resultado de sedentarismo ou envelhecimento.
De acordo com a médica, dependendo do resultado do pico de fluxo expiratório, a pessoa será agendada para realização de um exame chamado espirometria, que mede a função pulmonar e é obrigatoriamente utilizado como diagnóstico de DPOC. “A espirometria mede a quantidade de ar que a pessoa consegue inspirar e expirar, bem como a velocidade com que esse ar circula para dentro e para fora do pulmão, calculando alguns indicadores que mostram como esse órgão está funcionando”, esclarece a especialista, informando que, para o diagnóstico, pode ser necessário realizar ainda outros exames, como radiografia de tórax e exame de sangue.
A pneumologista diz que a mobilização é voltada para pessoas com mais de 40 anos porque essa é a principal faixa etária em que a doença se manifesta. Mas ela ressalta que todas as pessoas que fumam ou fumaram pelo menos uma vez na vida, ainda que passivamente, devem buscar orientação médica regularmente como prevenção.
A doença e o tratamento
Conforme explica a pneumologista Carla Bulian, a DPOC é a associação de enfisema pulmonar e bronquite crônica, doenças que se caracterizam por uma resposta inflamatória anormal do pulmão à inalação de partículas ou gases tóxicos provenientes principalmente da fumaça de cigarro, seja de que tipo for.
“A doença pode afetar também pessoas mais jovens, mas, nesse caso, por uma falha genética. São pacientes que apresentam deficiência de alfa 1 antitripsina, que é uma substância encontrada nos alvéolos do pulmão. A falta dessa substância destrói os alvéolos, causando enfisema pulmonar”, comenta a pneumologista.
A DPOC é classificada em estágios: leve, moderado, grave e muito grave. De forma geral, o tratamento é feito com medicamentos inalatórios que dilatam os brônquios e, assim, facilitam a respiração e diminuem o cansaço e a produção de secreção. Nos estágios grave e muito grave, porém, às vezes é necessário usar oxigenoterapia, um tratamento complementar indicado para quem tem hipoxemia, ou seja, uma baixa de oxigênio no sangue.
Os medicamentos para tratamento da doença pulmonar obstrutiva crônica são de alto custo, mas podem ser obtidos gratuitamente na Farmácia Cidadã Estadual. Outras medicações, para alívio de sintomas, também são disponibilizadas sem custo para o paciente pela rede municipal de saúde.
Fonte:Secom ES