ECONOMIA INTERNACIONAL

Criação de empregos nos EUA desacelera em outubro

Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 600 mil empregos em outubro.

Em 06/11/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: REUTERS/Bryan Woolston/File Photo/File Photo

Essa foi a menor abertura de vagas desde que a recuperação do mercado de trabalho começou, em maio, e deixou o emprego ainda bem abaixo de seu pico de fevereiro.

Os empregadores dos Estados Unidos contrataram o menor número de trabalhadores em cinco meses em outubro, oferecendo a evidência mais clara até agora de que o fim do estímulo fiscal e a explosão de novas infecções por Covid-19 estão minando o ímpeto da recuperação econômica norte-americana.

Os EUA criaram 638 mil empregos fora do setor agrícola no mês passado, após um salto de 672 mil em setembro, disse o Departamento do Trabalho em seu relatório de empregos nesta sexta-feira.

Essa foi a menor abertura de vagas desde que a recuperação do mercado de trabalho começou, em maio, e deixou o emprego ainda bem abaixo de seu pico de fevereiro.

A taxa de desemprego caiu para 6,9%, ante 7,9% em setembro. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 600 mil empregos em outubro e uma queda na taxa de desemprego para 7,7%.

O relatório destacou os desafios que o próximo presidente, seja o republicano Donald Trump ou o democrata Joe Biden, enfrentará para manter a economia em crescimento à medida que ela se recupera da recessão mais profunda desde a Grande Depressão.

Biden se aproximava de conquistar a Casa Branca na manhã desta sexta-feira depois assumir uma estreita vantagem sobre Trump no Estado da Geórgia. Trump, na quinta-feira, alegou fraude eleitoral sem fornecer provas, entrando com ações judiciais e pedindo recontagens em uma disputa que está em aberto desde o fechamento das urnas, na terça-feira.

Uma eleição contestada reduz as chances de outro pacote de resgate do coronavírus por parte do governo este ano. Mesmo que mais políticas fiscais sejam adotadas, provavelmente serão de dimensões menores do que o previsto antes da eleição.

A falta de estímulo fiscal e a disseminação do coronavírus por todo o país deixavam a economia no caminho de registrar um crescimento acentuadamente mais lento no quarto trimestre. Restaurantes e academias passaram a receber clientes ao ar livre, mas o clima mais frio e o ressurgimento de infecções podem deixar muitos estabelecimentos em apuros.

Mesmo que os governos estaduais e locais não imponham novas restrições à atividade empresarial, os consumidores provavelmente evitarão sair de casa, temendo a exposição a doenças respiratórias. Os Estados Unidos estabeleceram um recorde diário para novos casos de coronavírus na quarta-feira, com pelo menos 102.591 infecções, de acordo com uma contagem da Reuters.

Embora pequenas e médias empresas tenham sofrido mais com a pandemia, grandes corporações não foram poupadas. A Exxon Mobil anunciou no mês passado 1.900 demissões nos Estados Unidos. A Boeing disse que espera eliminar cerca de 30 mil empregos, 11 mil a mais do que o planejado anteriormente, até o final de 2021.

Embora a taxa de desemprego tenha caído em relação a um pico de 14,7% de abril, ela tem apresentado uma tendência de baixa porque algumas pessoas se classificaram erroneamente como “empregadas, mas ausentes do trabalho”.

Pelo menos 21,5 milhões de pessoas estavam recebendo auxílio-desemprego em meados de outubro. Muitas pessoas, principalmente mulheres, abandonaram a força de trabalho para cuidar dos filhos ou por medo de contrair o vírus  (Reuters)