SAÚDE
Crise de zika "vai piorar antes de melhorar", diz chefe da OMS, em visita ao Brasil.
Estamos lidando com um vírus traiçoeiro, então devemos estar preparados para surpresas, afirmou.
Em 24/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O vírus da zika, suspeito de estar relacionado ao nascimento de bebês com microcefalia, apresenta um desafio "formidável" que será difícil de eliminar, disse nesta quarta-feira (24) a diretora-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Margaret Chan.
"As coisas vão piorar antes de melhorar", disse Chan no Rio de Janeiro, ao terminar sua missão no Brasil, epicentro mundial do surto de zika, cujo vínculo com a microcefalia levou a OMS a declarar um alerta sanitário mundial.
Chan disse que parte do desafio de combater o vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti se deve ao fato de ser tão "misterioso". Nem sequer o vínculo com a microcefalia está provado com certeza.
"Estamos lidando com um vírus traiçoeiro, cheio de incertezas, então devemos estar preparados para surpresas", afirmou.
Chan parabenizou os esforços do governo brasileiro para enfrentar o mosquito vetor do vírus e sua coordenação com várias entidades internacionais, inclusive com a OMS e o movimento olímpico internacional antes das Olimpíadas do Rio, que começam em 5 de agosto.
O Brasil é o epicentro de um surto de zika e as autoridades acreditam que 1,5 milhões de pessoas contraíram a doença no país nos últimos meses.
O governo brasileiro também registrou uma alta recorde de nascimentos de bebês com microcefalia, uma doença congênita que impede o crescimento normal da cabeça dos bebês e afeta o desenvolvimento cerebral, e suspeita que deve-se ao fato de suas mães terem contraído zika durante a gestação.
O Brasil informou na terça-feira que os casos confirmados de microcefalia desde outubro subiram para 583, contra uma média anual de 150.
O número é 14,7% superior ao informado na semana passada, e as autoridades pesquisam outros 4.107 casos possíveis de microcefalia.
Estima-se que 120 bebês tenham morrido devido à má-formação, segundo o ministério.
AFP