ESPORTE NACIONAL

Cruzeiro avança, mas jogo contra Chapecoense termina em briga.

Empate sem gols garante a vaga aos mineiros às quartas.

Em 02/06/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Um intruso gigante! A Chapecoense bem que tentou, teve gol anulado, bola na trave, pressão, mas a camisa pesou. O 0 a 0 na Arena Condá na noite desta quinta-feira foi suficiente para colocar o Cruzeiro nas quartas de final da Copa do Brasil. O 1 a 0 no jogo de ida, no Mineirão, fez a diferença, e os mineiros são os únicos que seguem vivos na competição passando pelas fases preliminares - todos os outros disputaram a Libertadores.

O final da partida ficou marcado por confusão: jogadores da Chape reclamaram com o arbitragem, por conta de lances polêmicos; atletas de ambos os times brigaram no vestiário; e 4º árbitro foi atingido por objeto arremessado da arquibancada.

PRIMEIRO TEMPO

O Cruzeiro entrou em campo sem dar bola para vantagem e se mandou para o ataque. Mesmo visitante, pressionou em busca do gol que daria ainda mais tranquilidade e logo no primeiro minuto assustou com Ábila. A Chape, por sua vez, não desesperou e esperou passar o ímpeto mineiro até tomar conta das ações. Não sofrer gol era tão importante quanto marcá-lo. Com paciência, o Verdão entrou no jogo com a força das laterais.

Com Luiz Antonio bem na distribuição, Reinaldo e Apodi entraram no jogo e o Cruzeiro naturalmente passou a ter mais cuidados ofensivos. Arthur era quem mais tinha chances de finalizar nos pés, mas a pontaria não foi das melhores. Os laterais contados por Reinaldo sempre levavam perigo. O gol, entretanto, não saiu em 45 minutos de equilíbrio.

SEGUNDO TEMPO

A Chape se expôs na volta do intervalo e logo levantou o torcedor. Após escanteio, Victor Ramos escorou e Wellington Paulista fez o gol. Festa interrompida pelo árbitro, que apontou falta do zagueiro. A pressão continuou, e Reinaldo acertou o travessão de Fábio. O Cruzeiro conseguia se virar bem na defesa e passou a segurar a bola, gastar o tempo.

Sem opção, a Chape foi para o tudo ou nada após o minuto 30 e deixou o jogo aberto. Cada ataque desperdiçado era um contragolpe perigoso do Cruzeiro. Rafinha e Raniel chutaram para fora na frente de Jandrei, Rossi pediu pênalti. Nada foi capaz de tirar o zero do placar. Melhor para os mineiros.

MENOS UMA

O empate tira a Chapecoense de mais uma competição no apertado calendário de 2017. Eliminado na fase de grupos da Primeira Liga e da Libertadores, o Verdão perdeu a Recopa para o Atlético Nacional, foi campeão estadual e caiu nas oitavas da Copa do Brasil. Restam ainda o Brasileirão, a Copa Sul-Americana e a Copa Suruga, além do amistoso com o Barcelona, em agosto. Haja fôlego!

AGENDA

Com a classificação, o Cruzeiro se junta a Flamengo, Botafogo, Palmeiras, Santos, Atlético-MG, Atlético-PR e Grêmio. Os confrontos de quartas de final serão definidos em sorteio, segunda-feira, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Pelo Brasileirão, Chape e Cruzeiro voltam a se enfrentar, domingo, às 19h (de Brasília), no Mineirão, pela quarta rodada. As duas equipes dividem a liderança, com sete pontos.

CONFUSÃO

Após o apito final do árbitro, jogadores e comissão técnica da Chapecoense se dirigiram até ao quarteto de arbitragem, comandado por Péricles Bassols, e reclamaram bastante da atuação do carioca. Já no vestiário, a delegação dos dois times se envolveram em um empurra-empurra na entrada dos vestiários. O técnico Vágner Mancini acusou um integrante da delegação cruzeirense de tentar acertar, algum integrante da Chape, com uma garrafa d’água. Após cerca de cinco minutos de confusão, os dois times entraram para o vestiário.O autor teria sido o lateral-esquerdo Diogo Barbosa. Nenhum integrante do Cruzeiro se pronunciou sobre a situação.

Após a confusão, o quarteto de arbitragem da partida também foi atingido, desta vez, por um objeto lançado da arquibancada. Um dos auxiliares de Péricles Bassols foi acertado próximo ao olho, cuja região ficou sangrando. Os profissionais entraram para o vestiário sob muito protesto também da Chapecoense.

CLUBES IRMÃOS, CONFUSÃO À PARTE

Depois da partida e da confusão envolvendo a Chapecoense e o Cruzeiro, dirigentes dos clubes comentaram os ocorridos. O presidente da Chape, Maninho, e o vice-presidente de futebol da Raposa, Bruno Vicintin, lamentaram os episódios e ressaltaram que as equipes são irmãs.

Maninho: "Enalteço a diretoria do Cruzeiro e peço desculpas pelo que aconteceu. São contra os nossos princípios e não ajudam em nada por um bom futebol. O Cruzeiro é uma equipe irmã, que nos atendeu, e hoje estivemos juntos mais uma vez. Não são essas lembranças que serão levadas de um clube como a Chape".

Bruno Vicintin:  "Aconteceu um fato lamentável. Era uma conversa de um atleta e de uma pessoa da comissão, não falavam de ninguém, reclamavam dos sete minutos de acréscimos que foram exagerados. Infelizmente, o presidente da Chape escutou e achou que estavam falando com ele. Foi um mal-entendido muito grande.  Somos clubes parceiros. Da parte do Cruzeiro está tudo separado".