CIDADE

Custo com retirada de lixo em Vila Velha (ES) é milionário, diz prefeitura

Segundo a administração, custo é de R$ 1 milhão por mês.

Em 10/10/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O descarte de lixo realizado de forma incorreta e em espaços impróprios vem gerando altos gastos para as prefeituras e transformando bairros de cidades da Grande Vitória em verdadeiros lixões a céu aberto. Somente para a prefeitura de Vila Velha, o custo com o serviço de limpeza de entulhos, resto de árvores e móveis chega a R$ 12 milhões por ano. Os moradores dos municípios também reclamam da falta de educação por parte da população e dos riscos que o descarte irregular de lixo proporciona.

Apesar de arcar com esse prejuízo, a prefeitura de Vila Velha explicou que a responsabilidade com os lixos é das próprias pessoas que os descartam. Além disso, uma multa que gira em torno de R$ 150 e R$ 5 mil pode ser aplicada para pessoas que jogam o lixo em via pública, e o dono do terreno onde ele é descartado também pode ser responsabilizado.

De acordo com a administração da cidade, são gastos R$ 1 milhão por mês para recolher entulhos, podas de árvores e restos de móveis, gerando um gasto anual de R$ 12 milhões. Esse valor poderia ser revertido em outros benefícios, como a construção de duas escolas de ensino fundamental, quatro creches ou seis unidades de saúde da família; 10 quilômetros de pavimentação de ruas ou a reforma de 20 praças. Além disso, se a esse valor for somado o gasto com recolhimento do lixo doméstico, o custo subiria para R$ 60 milhões por ano.

Ainda segundo a prefeitura, Vila Velha possui, atualmente, 80 pontos lixo viciados, onde são recolhidos, mensalmente, 5 mil toneladas de entulhos provenientes de obras. Segundo o secretário de Serviço do município, Ricardo Barroso, essa situação é comum, mas não é correta. "A orientação que nós damos à população é que ela coloque dentro do seu orçamento a contratação de empresa especializada neste tipo de serviço. Porque isso não representa nem 1% da obra. Só que essas empresas têm a obrigação de dar a destinação correta a a esses resíduos", explicou.

Para os pequenos volumes de entulhos, o município disponibiliza os Ecopostos, que recebem e fazem a destinação necessária dos materiais. Ainda assim, ações estão sendo desenvolvidas para diminuir ações como essa. "Já fizemos vários flagrantes, já multamos, estamos agora trabalhando com período progressivo. Ou seja, aqueles terrenos particulares  que não estão sendo cuidados, nós estamos cobrando o IPTU mais alto. E estamos estudando uma medida de fazer uma desapropriação compulsória. Se mesmo com o IPTU e com as multas  o proprietário não se interresar em preservar o terreno, nós vamos trabalhar para desapropriá-lo e dar uma destinação pública a ele", concluiu.

Serra
Outro exemplo é visto no bairro Jardim Carapina, na Serra. Para quem entra no local, passar pelos entulhos é parte obrigatória do trajeto, já que as duas entradas que o bairro possui são utilizadas por moradores como áreas de descarte. Para o líder comunitário Adriano Vasconcelos, a população precisa entender a importância de manter essas áreas limpas. "Estava pior, mas a prefeitura veio, limpou. Dá uns 15 ou 20 dias e está tudo sujo de novo", contou.

No local é possível encontrar restos de móveis, de computador, roupas, vaso sanitário, lâmpadas fluorescentes e até restos de lixos hospitalares. Além disso, o período eleitoral também contribuiu para juntar ainda mais sujeira. "Os candidatos vinham, botavam as placas, não tiram e fica pior ainda", declarou Adriano.

A situação incomoda quem vive nas proximidades e tem que conviver com o mal cheiro, além da poluição visual, diariamente. É o caso do porteiro José Antônio Souza. "Aqui passam pessoas para ir ao colégio, então fica uma situação difícil. O povo não se conscientiza. Eles mesmos deveriam entender que aqui não é um lixão, que aqui é a entrada de um bairro. Mas nem todo mundo pensa dessa maneira", lamentou.

Fonte: G1-Espírito Santo