EDUCAÇÃO

De porteiro a bacharel em Direito: A história de Darlivan

Atualmente, bacharel em Direito, Darlivan faz consultorias jurídicas sobre aposentadoria.

Em 20/04/2022 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Mônica Moreira

Casado, pai de sete filhos, avô de doze netos, um bisneto e com 64 anos de idade, Darlivan Caetano tem uma história inspiradora, de superação e realização por meio da educação.

Porteiro na Faculdade Doctum, em Laranjeiras, Serra, há 11 anos, Darlivan Caetano tem mais uma profissão, conquistada depois de realizar um sonho de menino, que ficou adormecido por 36 anos. Atualmente, bacharel em Direito, ele faz consultorias jurídicas sobre aposentadoria, após se formar na própria instituição que trabalha até hoje.

Para começar essa história, vamos voltar aos 17 anos de Darlivan, onde ele precisou decidir entre trabalhar ou continuar os estudos. Optando pelo trabalho, ele parou de estudar no último ano do ensino fundamental. De lá para cá, após 36 anos, com o sonho adormecido de ser delegado ou investigador de polícia, ele ingressou no curso de Direito, aos 54 anos de idade.

“Desde a infância, eu sempre tive o sonho de ser delegado ou investigador. Mas, eu tive que parar de estudar muito novo e nunca mais consegui voltar. Depois que eu comecei a trabalhar aqui na Doctum, por incentivo de uma colega, eu retomei. Eu já tinha conquistado muitas coisas na minha vida e só faltava isso”, relembra o bacharel em direito e porteiro.

Darlivan ainda hesitou na hora de preencher o formulário de inscrição para o vestibular, chegou a escolher um curso na área de tecnologia, mas mudou de ideia quando a colega perguntou qual era o seu sonho de infância. O porteiro então, lembrou do desejo adormecido e preencheu o formulário: curso de Direito.


Além de porteiro, Darlivan Caetano, de 64 anos, é bacharel em Direito, e faz consultorias jurídicas sobre aposentadoria. Foto: Mônica Moreira.

Aprovado, cinco anos entre o ofício de ser porteiro e estudante de graduação, ele enfrentou muitas batalhas.

“Já teve situações das pessoas chegarem aqui e me tratarem mal, pela minha profissão de porteiro e eu poder responder a pessoa com informações exatas, graças ao que eu estava estudando na faculdade. A pessoa até se espantava, teve vez da pessoa me pedir desculpas e reconhecer que havia passado dos limites porque não achava que estava conversando com alguém que tivesse se formando em Direito”, conta.

O bacharel em Direito, ainda porteiro, que já tem duas pós-graduações e continua firme e forte nos estudos, desta vez para passar na prova da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), adora contar sua história, especialmente para os alunos que estão ingressando na faculdade, outros que pensam em desistir por alguma questão do cotidiano.

“A minha vida mudou completamente. Eu sinto como se meus olhos tivessem se abertos para a realidade. É como se eu fosse cego e voltasse a enxergar”, aconselha Darlivan Caetano. (Por Mônica Moreira)

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