POLÍTICA NACIONAL
Debate no TCU sobre contas do governo deve ser "técnico", diz Adams
Tribunal de Contas deu prazo para governo explicar 13 pontos sobre contas.
Em 13/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (13), após reunião com a coordenação político do governo, que o debate no Tribunal de Contas da União (TCU) sobre 13 pontos das contas da gestão de Dilma Rousseff em 2014 deve ser "técnico". Para ele, o espaço para debate político é o Congresso.
Na reunião da coordenação, além da presidente Dilma, estavam presentes ministros e líderes do governo no Congresso.
No mês passado, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu 30 dias de prazo para o governo explicar ao órgão as chamadas “pedaladas fiscais”, que consistiram em o Tesouro Nacional ter atrasado repasses para instituições financeiras públicas e privadas que financiariam despesas do governo, entre eles benefícios sociais e previdenciários, como o Bolsa Família, o abono e seguro-desemprego, e os subsídios agrícolas. Segundo o processo no TCU, as “pedaladas” somam R$ 40 bilhões.
"Acredito que o espaço do TCU é um debate técnico. Quem faz debate político é o Congresso. E ele será travado, com as dimensões próprias de um poder como o Congresso Nacional. Apostamos e queremos que o TCU faça o debate técnico ponderado e seja capaz de realmente melhorar o sistema de repasse e pagamentos, tema altamente relevante", afirmou o ministro.
O prazo que o TCU deu para as respostas vence no próximo dia 17. Para Adams, as ações do governo que estão sendo questionadas foram pautadas pela regularidade. Ele também disse que o governo está aberto para aperfeiçoar as práticas.
"O nosso posicionamento está pautado pela regularidade reconhecida em relação às sistemáticas que vêm sendo adotadas até o momento. Evidentrmente, da nossa parte do governo, não temos nehuma resistência ao aperfeiçoamento que possamos ter feito a partir de agora, a partir da análise do debate que o TCU propõe. Todavia, entendemos, como já aconteceu no passado, que essas sistemáticas devem ser aperfeiçoadas, melhoradas", afirmou Adams.
"Agora, toda jurisprudência revisitada, ela tem efeito para o futuro, não para o passado. Por essa razão, a gente entende que podemos, sim mudar, mas não é o caso de rejeitar as contas", concluiu o ministro.
Ao defender que a análise das contas do governo pelo TCU seja “técnica”, Adams disse também que o governo “não aposta” em solução judicial, caso o tribunal não aceite as explicações e rejeite as contas.
Confiança
Na entrevista no Palácio do Planalto, o ministro afirmou que o governo está “absolutamente confiante” na aprovação das contas pelo TCU.
“O governo está absolutamente confiante. Principalmente, porque baseia seu entendimento em análises técnicas, consistentes e desenvolvidas por todos os órgãos do governo que procuraram responder aos questionamentos feitos pelo TCU. Neste sentido, baseados neste marial, etmos plena confiança de que o TCU terá a ponderação e o equilíbrio para aprovar [as contas]”, disse o ministro.
Ao falar sobre a reunião da coordenação política desta segunda, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, explicou que ele e Adams apresentaram ao grupo espécie de “resumo” dos principais pontos que serão levados ao Tribunal de Contas da União. Barbosa ressaltou que o assunto é uma questão “técnica” e, por isso, é preciso esclarecer “os mais diversos pontos”.
“E é por isso também que estamos apresentando aos diversos interlocutores, não só ao TCU, mas também à sociedade como um todo e aos representantes eleitos pela sociedade [as explicações]. Nosso entendimento continua sendo o mesmo. Todas as operações e contratos questionados pelo TCU, no nosso entendimento, seguiram a legislação em vigor, estão completamente alinhados com a Lei de Responsabilidade Fiscal e com o que diz a Constituição”, argumentou.
Fonte: G1