Em depoimento na ação por abuso de poder econômico e político contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer nas eleições de 2014, o ex-presidente da construtora Odebrecht e delator da Operação Lava Jato Benedicto Barbosa Júnior disse ao corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Herman Benjamin, que a empreiteira doou 9 milhões de reais em caixa dois a campanhas políticas do PSDB, incluindo a de Aécio Neves à presidência em 2014. O pedido de ajuda teria sido feito pelo próprio Aécio Neves. A informação foi divulgada pela Folha de S. Paulo.
Segundo a Folha, Barbosa Júnior afirmou na oitiva, nesta quarta-feira, no Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que seis milhões de reais foram divididos entre as campanhas de Pimenta da Veiga (PSDB) ao governo de Minas Gerais, de Antonio Anastasia (PSDB) ao Senado e de Dimas Fabiano Toledo Júnior (PP) a deputado federal.
Dimas Fabiano, filho do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo, e Anastasia foram eleitos. Pimenta da Veiga foi derrotado pelo governador mineiro Fernando Pimentel (PT) ainda no primeiro turno.
O jornal ainda informa que, de acordo com o delator, 3 milhões de reais teriam sido repassados ao marqueteiro Paulo Vasconcelos, que coordenou a publicidade na campanha de Aécio ao Planalto.
Benedicto Barbosa Júnior não pôde aprofundar os relatos a respeito das doações a pedido de Aécio Neves porque, segundo a Folha, Benjamin o interrompeu porque os fatos não teriam relação com a investigação contra a chapa Dilma-Temer. O ministro do TSE ponderou, no entanto, que as afirmações do ex-executivo têm “relevância histórica”.