NEGÓCIOS
Demanda e preços de aço fazem Gerdau ter lucro no 1º trimestre
O lucro líquido consolidado caiu 45,6% na comparação anual para R$ 448 milhões.
Em 09/05/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A Gerdau registrou lucro líquido ajustado de 451 milhões de reais no primeiro trimestre, ante prejuízo de 34 milhões no mesmo período do ano passado, informou a siderúrgica nesta quarta-feira.
Sem ajustes, o lucro líquido consolidado caiu 45,6 por cento na comparação anual para 448 milhões de reais.
O lucro foi impactado pelo resultado financeiro negativo de 343 milhões de reais no período, ante resultado financeiro positivo de 54 milhões de reais no mesmo período de 2017.
Do outro lado, aumento nos preços do aço nos Estados Unidos e no Brasil, fizeram a receita da empresa disparar quase 23 por cento no período, para 10,39 bilhões de reais, com custos avançando em ritmo inferior, de 15,9 por cento, e despesas gerais e administrativas caindo 10 por cento.
Com isso, o resultado operacional medido pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado foi de 1,484 bilhão de reais, alta de 74 por cento na comparação anual. A margem Ebitda ajustada subiu para 14,3 por cento, ante 10,1 por cento no mesmo período do ano passado.
O conselho de administração da Gerdau aprovou pagamento de 136,15 milhões de reais, ou 0,08 real por ação, em juros sobre capital próprio a partir de 1º de junho, como antecipação do dividendo mínimo obrigatório.
A siderúrgica manteve estimativa de investimentos de 1,2 bilhão de reais em 2018, com foco em melhoria de produtividade e manutenção, após 873 milhões de reais em 2017.
Produção
A Gerdau produziu no primeiro trimestre 4,165 milhões de toneladas de aço bruto, crescimento de cerca de 4 por cento sobre um ano antes. As vendas avançaram quase 8 por cento, para 3,871 milhões de toneladas.
No período, os esforços do governo de Donald Trump para proteger a indústria siderúrgica norte-americana de importações causaram elevação nos preços do aço nos Estados Unidos, além de recuo nas importações.
A operação da Gerdau na América do Norte, que inclui Estados Unidos, Canadá e México, viu a receita líquida no período subir 22 por cento, para 4,4 bilhões de reais, e o Ebitda disparou 58 por cento, para 248 milhões de reais. As vendas de aço da Gerdau na região subiram 8 por cento e a produção 5 por cento.
No Brasil, a Gerdau teve alta de quase 30 por cento no faturamento, para 3,6 bilhões de reais, enquanto o Ebitda disparou 93 por cento, a 751 milhões de reais, e a margem passou de 14 para 20,8 por cento. A empresa produziu no país 3,4 por cento a mais de aço no primeiro trimestre sobre um ano antes, a 1,5 milhão de toneladas, e as vendas totais subiram cerca de 13 por cento, para 1,44 milhão de toneladas.
Parte do desempenho da Gerdau no primeiro trimestre foi apoiado também pela área de aços especiais, que tem entre os principais clientes a indústria automotiva.
Com a produção de veículos subindo em vários mercados em que a Gerdau atua — no Brasil houve alta de cerca de 15 por cento no primeiro trimestre ante um ano antes —, a produção da divisão de aços especiais subiu 13 por cento e a receita líquida saltou 27,6 por cento, para 1,7 bilhão de reais. O Ebitda da unidade, enquanto isso, avançou 63 por cento, para 315 milhões de reais.
A melhora operacional permitiu uma redução na alavancagem da Gerdau, que caiu de 3,5 para 2,7 vezes entre o final do primeiro trimestre de 2017 e março deste ano. No primeiro trimestre, a empresa anunciou vendas de ativos no Brasil e Estados Unidos que somaram 3,165 bilhões de reais, cerca de metade dos 6,3 bilhões em desinvestimentos promovidos pela Gerdau desde 2014. O presidente da empresa, Gustavo Werneck, afirmou no fim de fevereiro que a companhia tinha atingido a fase final do programa de revisão de seus empreendimentos.
(Foto: Paulo Fridman/Bloomberg News/VEJA)