POLÍTICA NACIONAL

Deputados defendem digitalização da indústria brasileira

Assunto foi debatido durante Congresso Brasileiro de Inovação Industrial.

Em 19/06/2019 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Divulgação

Mais da metade dos setores da indústria brasileira precisa adotar estratégias para utilização de tecnologias digitais. Das 24 categorias, 14 precisam se modernizar. A avaliação é do estudo “Oportunidades para Indústria 4.0: aspectos da demanda e oferta no Brasil”, realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O cenário apresentado pela pesquisa aponta para a necessidade de modernização dos sistemas de regulação no Brasil.

O assunto foi debatido por líderes empresariais, acadêmicos e autoridades, durante 8º Congresso Brasileiro de Inovação Industrial, realizado em São Paulo, na última semana.

“O ambiente regulatório do Brasil é muito ruim. A gente não consegue inovar, não consegue ter startup, não consegue ter nada”, afirmou o deputado federal Vinícius Poit (NOVO-SP), que participou do evento. 

Na avaliação do parlamentar, a digitalização da indústria é um movimento fundamental para gerar emprego e renda. Isso porque, além da exigência de equipamentos e softwares atualizados, haverá demanda de mão de obra qualificada para atender o campo empresarial.

“Esse tipo de discussão remete ao futuro. Gera inovação, emprego, perspectiva, expectativa, investimento e evolução da sociedade como um todo”, completou Poit.

A produção de mão de obra qualificada também é uma das preocupações do deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP), outro representante do Parlamento presente no congresso. 

“A educação digital precisa ser uma prioridade. Nós estamos no século XXI, no século digital. Precisamos fortalecer competências e habilidades dos nossos alunos. Então, isso é um desafio de todos os setores, inclusive das universidades, que precisam adequar e atualizar os seus cursos em função da economia digital”, declarou.

Para o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, a inovação tem “papel central” na restruturação da economia brasileira. Durante o congresso, Braga de Andrade pediu política de longo prazo para dar segurança aos investimentos.

O presidente da confederação elencou algumas medidas que podem ser fundamentais para modernizar o sistema industrial brasileiro. Entre as principais ações, estão a diminuição da burocracia, a garantia de recursos para o financiamento de projetos, a priorização de políticas públicas de inovação e a qualificação de profissionais especializados e preparados para as tendências tecnológicas e demandas do mercado.

Além disso, uma pesquisa da CNI apontou ainda que na percepção de um terço dos empresários, a indústria nacional precisa dar um grande salto de inovação nos próximos cinco anos, para, assim, garantir a sustentabilidade dos negócios. Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), o Brasil aplica 1,27% do Produto Interno Bruto (PIB) em pesquisa e desenvolvimento. Por isso, a expectativa é que esse investimento cresça nos próximos anos.

O Congresso Brasileiro de Inovação Industrial ainda contou com a presença da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), líder do governo no Congresso, assim como o governador de São Paulo, João Dória, e o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Julio Semeghini. Além deles, mais de 50 especialistas e empresários brasileiros e internacionais debateram o futuro da indústria no contexto da quarta revolução industrial. Durante o evento, que aconteceu na São Paulo Expo, 15 empresas de sete estados foram premiadas por seus esforços em inovação.

Guia de cores:

Azul: setores industriais com maior potencial para serem os líderes na adoção das tecnologias, com maior proporção relativa de maior produtividade e alto coeficiente de exportação. Esses segmentos possuem maior capacidade para adoção de estratégias e precisarão migrar para a Indústria 4.0 para se manterem competitivos.

Verde: setores com elevado potencial de digitalização, com alta taxa de produtividade, mas com baixos coeficientes de exportação. Sustentam a posição no mercado interno devido à alta produtividade, mas isso não se reflete em competitividade no mercado internacional.

Amarelo: setores com baixa produtividade relativa e alto coeficiente de exportação. A competitividade nas exportações é dada por outras vantagens competitivas, como a disponibilidade de recursos naturais. É possível traçar estratégias graduais, com menor urgência relativa aos outros grupos em função das vantagens comparativas naturais do país.

Vermelho: setores mais vulneráveis em função da produtividade e do coeficiente de exportação relativamente baixos. Estes segmentos precisam adotar urgentemente o uso das tecnologias da Indústria 4.0 como meio para recuperarem competitividade.