MEIO AMBIENTE

Desmate na Amazônia têm 2º pior setembro na série histórica

Acumulado apontou 985 km² de áreas com alertas de desmate, ficando atrás apenas de 2019

Em 08/10/2021 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Reuters

O acumulado de alertas de desmatamento em setembro de 2021 na Amazônia foi de 985 km², segundo dados divulgados nesta sexta-feira (8) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe).

É o segundo pior setembro da série histórica do Deter, atrás apenas de 2019, quando a área foi de 1.454 km².

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão.

O desmatamento médio para o mesmo mês nos últimos três anos é 85% maior que os três anos anteriores à gestão Bolsonaro.

“O efeito da política do governo federal, claramente contrária ao clima, à biodiversidade e aos povos da floresta fica evidente quando observamos os alertas de desmatamento. Basta comparar os três anos pré e pós governo Bolsonaro para comprovar que o patamar de destruição assumiu níveis muito superiores, e inaceitáveis perante à emergência climática que vivemos no Brasil e no mundo”, diz Cristiane Mazzetti, porta-voz da campanha Amazônia do Greenpeace.

O estado do Pará foi o mais afetado, com 328 km². Em seguida vem o Amazonas, com 229 km², e Rondônia, com 209 km².

Recordes em 2021

O primeiro semestre de 2021 teve a maior área sob alerta de desmatamento em seis anos. Foram 3.609 km² entre 1º de janeiro e 30 de junho (mais de 2 cidades de São Paulo), índice superior ao dos anos anteriores.

Março, abril, maio e junho de 2021 foram meses com índices recordes de desmatamento.

Além do desmatamento, a Amazônia enfrentou o maior número de focos de queimadas em 14 anos para o mês de junho. Na última semana de julho, o Greenpeace sobrevoou focos de queimadas registrados pelo Inpe e flagrou fogo em floresta pública sem destinação e parque nacional.

Deter x Prodes

Os alertas de desmatamento foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Inpe, que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

O Deter não é o dado oficial de desmatamento, mas alerta sobre onde o problema está acontecendo. A medição oficial do desmatamento, feita pelo sistema Prodes, costuma superar os alertas sinalizados pelo Deter.

Os dados oficiais englobam agosto de um ano a julho do ano seguinte, por causa das variações do clima. Com essa divisão do tempo, pesquisadores conseguem levar em conta o ciclo completo de chuva e seca na Amazônia, analisando como o desmatamento e as queimadas no bioma oscilaram dentro dos mesmos parâmetros climáticos. (Por G1)

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