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Dívida líquida da Usiminas cresceu 26% em um ano.

Em relação ao fim de dezembro, no entanto, houve uma leve queda de 3%.

Em 25/04/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A dívida líquida da Usiminas cresceu 26% em um ano e atingiu, ao fim de março, R$ 5,692 bilhões. Em relação ao fim de dezembro, no entanto, houve uma leve queda de 3%.

Já a dívida bruta da siderúrgica mineira somava R$ 7,428 bilhões no primeiro trimestre do ano, alta de 4% na relação anual. Em relação ao quarto trimestre do ano passado houve um recuo de 6%.

Essa queda, de acordo com informações que constam no relatório que acompanha o demonstrativo financeiro, é explicada pela valorização do real ante o dólar no intervalo analisado.

Ainda segundo a empresa, dessa dívida, a 38,8% tem vencimento no curto prazo e 61,2% no longo prazo.

Ainda de acordo com o mesmo documento, em 2016 a Usiminas tem vencimentos de R$ 1,576 bilhão.

Em 2017 o valor sobe para R$ 1,768 bilhão e vai a R$ 2,015 bilhões em 2018. Já em 2019 os vencimentos caem para R$ 1,009 bilhão e para R$ 861 milhões em 2020.

A Usiminas lembra que no início do ano "houve importantes avanços no processo de readequação do perfil da dívida da Usiminas em virtude do momento econômico e queda de consumo de aço".

A empresa lembra que o seu Conselho de Administração aprovou um aumento de capital de R$ 1 bilhão, o que permitiu um acordo de standstill (congelamento da dívida) de 120 dias com seus credores.

Assim, segundo a Usiminas, poderá ser renegociada "sua dívida para um perfil de vencimento e índices financeiros (covenants financeiros) mais adequados".

No final do ano passado, momento em que os covenants foram observados, a alavancagem estava em cerca de 20 vezes, o que significava que a empresa precisaria de 20 anos de geração de caixa para pagar sua dívida atual.

No primeiro trimestre deste ano, no entanto, não é possível o cálculo desse indicador, visto que o Ebitda ajustado dos últimos doze meses é negativo em R$ 36 milhões.

Na prática, com esse retrato, a empresa seria incapaz de pagar sua dívida. No primeiro trimestre deste ano a companhia, no entanto, conseguiu reverter dois trimestres consecutivos de Ebitda negativo.

O caixa da Usiminas ao final de março estava em R$ 1,736 bilhão, queda de 34% na relação anual. Ante o caixa anotado no fim do ano passado, o recuo foi de 14%.

Desse total, R$ 1,3 bilhão está preso no caixa da Mineração Usiminas (Musa), ou seja, a empresa não tem acesso. Com isso, o caixa livre da Usiminas estava em um pouco mais de R$ 400 milhões ao fim do primeiro trimestre do ano.

Resultado Financeiro

A Usiminas reverteu uma perda financeira de R$ 360,9 milhões no primeiro trimestre do ano passado e registrou nos três primeiros meses deste ano um ganho financeiro de R$ 101,5 milhões.

No quarto trimestre do ano passado a perda financeira havia sido de R$ 24 milhões. Segundo a companhia, o ganho financeiro é explicado, principalmente, devido aos ganhos com a variação cambial.

Corte de investimentos

Em dificuldades financeiras, a Usiminas cortou em 70% seus investimentos no primeiro trimestre do ano, para R$ 70 milhões, informou a companhia em seu balanço. Em relação aos últimos três meses do ano passado a queda foi de 59%.

No documento que acompanha o seu demonstrativo financeiro, a Usiminas destaca que os investimentos foram aplicados basicamente na manutenção da operação, sendo 92% na unidade de siderurgia, 5% em mineração e 3% na transformação de aço.

"A redução significativa dos investimentos foi devida, principalmente, ao esforço da companhia em adequar seus investimentos à geração de caixa", afirma, no documento.

Venda de aço

As vendas de aço da Usiminas no primeiro trimestre do ano somaram 903 mil toneladas, queda de 28% na relação anual. Ante o período imediatamente anterior houve uma queda de 25%. Desse volume, 84% foi destinado ao mercado interno.

A Usiminas, em relatório que acompanha o seu demonstrativo financeiro, afirma que a queda da venda de aço é reflexo da estagnação do mercado doméstico.

Além disso, diz a empresa, houve redução de 55,0% nas vendas para o mercado externo, para 145,3 mil toneladas no primeiro trimestre, ante o quarto trimestre de 2015, "em função da maior seletividade nas exportações, possibilitada pela redução do excesso de produção em razão da paralisação temporária das áreas primárias da planta de Cubatão", afirma a usina no documento.

Na média, os preços praticados no mercado doméstico subiram 0,8% e no externo 16,5% no período. Dos países que mais recebem aço da Usiminas, Argentina lidera, com uma fatia de 25%, seguida da Alemanha, com 20% e Estados Unidos, com 19%.

Em relação à produção, a usina de Ipatinga respondeu por 777 mil toneladas, alta de 5% na relação anual e de 3% na trimestral. Em Cubatão a produção foi de 17 mil toneladas, tento em vista que a atividade primária da usina foi paralisada no início do ano.

Mineração

Já as vendas de minério de ferro pela Usiminas atingiram 974 mil toneladas, recuo de 14,5% em relação ao primeiro trimestre de 2015. Na comparação com os três meses anteriores, no entanto, houve um aumento de 45%.

A produção de minério de ferro pela Usiminas foi de 701 mil toneladas, praticamente a metade do volume no mesmo período do ano passado. Em relação ao quarto trimestre do ano o aumento foi de 6%.

O custo por produto vendido da Usiminas somou R$ 2,081 bilhões, queda de 14,6% em relação ao visto um ano antes. Ante os três meses imediatamente anteriores o recuo foi de 16%.

Fonte: Estadão