ECONOMIA NACIONAL
Dólar cai 1% e fecha em R$3,2680 após fala de Ilan sobre swap.
O Banco Central vendeu todos os 5 mil contratos de swap cambial reverso ofertados.
Em 16/09/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
São Paulo - O dólar terminou a sexta-feira em queda frente ao real, influenciado por viés político favorável e depois de entrevista do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, à Reuters, na qual disse ver menos espaço para reduzir o estoque de swap cambial tradicional.
O dólar recuou 1,02 por cento, a 3,2680 reais na venda. Na mínima do dia, a moeda marcou 3,2625 reais e, na máxima, 3,3210 reais. Na semana, a moeda norte-americana acumulou queda de 0,37 por cento. O dólar futuro caía cerca de 1,1 por cento nesta tarde.
"Os Estados Unidos indo na direção de uma normalização (dos juros) mostra que o intervalo de tempo para os emergentes se ajustarem está se esgotando e, por isso, a propensão do Banco Central de fazer grande oferta de swap é menor", explicou o economista-chefe da Quantitas, Ivo Chermont.
"Acho que a tendência é o dólar retornar aos níveis da semana passada. Hoje devolveu parte do avanço do início desta semana", comentou o gestor do departamento de câmbio da Gradual Investimentos, Hamilton Bernal.
Na entrevista à Reuters, Ilan disse que o BC enxerga menor espaço para redução do estoque de swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares - diante da perspectiva de aumento dos juros nos EUA batendo à porta.
O mercado
O mercado entendeu que o presidente do BC sinalizou que pode reduzir as intervenções no mercado de câmbio, o que significaria espaço para o real se valorizar ante o dólar.
Além da entrevista, houve ingresso de recursos no mercado, favorecendo o recuo da cotação do dólar, e o mercado gostou do apoio do centrão --que reúne aproximadamente 200 deputados-- ao governo, o que abre espaço para aprovação das medidas fiscais.
Nesse sentido, ajudou ainda o humor a notícia de que o presidente Michel Temer decidiu vetar o projeto de lei que dava reajuste de 60 por cento nos salários dos defensores públicos da União.
Chermont destacou que o noticiário interno se sobrepôs ao exterior nesta sessão --lá fora, o dólar subiu ante outras divisas emergentes--, embora esse ainda seja predominante diante da expectativa por um aumento dos juros nos Estados Unidos.
A moeda
A moeda chegou a exibir bastante volatilidade em parte do pregão, ora em alta, ora em baixa. O mercado repercutiu os indicadores norte-americanos, com destaque para o dado de inflação acima do esperado, o que sinaliza espaço para o banco central norte-americano aumentar a taxa de juros na próxima semana.
"Fluxo de entrada de recursos segurou os preços em baixa mais cedo, mesmo depois do dado mais forte de inflação dos EUA", comentou um operador em São Paulo.
"O indicador (CPI americano) deveria anular a queda (da moeda vista no início dos negócios), mas a briga estava grande, com o volume (de negócios do dólar futuro) superelevado na BM&F", comentou pela manhã o operador da H.Commcor Cleber Alessie Machado.
O índice de preços ao consumidor nos EUA subiu 0,2 por cento no mês passado, após ficar inalterado em julho e diante de expectativas de avanço de 0,1 por cento.
O Banco Central vendeu todos os 5 mil contratos de swap cambial reverso ofertados.
Por Claudia Violante/Reuters