ECONOMIA INTERNACIONAL

Dólar sobe perto de 2% depois de 3 dias de queda

Moeda iniciou o dia operando em baixa pelo 4º pregão seguido.

Em 31/10/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Após iniciar a sexta-feira (31) em queda, o dólar virou e passou a operar em alta, ganhando perto de 2% sobre o fechamento da véspera.

Por volta das 15h10, a moeda norte-americana subia 1,96%, a R$ 2,455 na venda. 

O dólar opera em um movimento de correção após três quedas seguidas, com investidores aguardando mais detalhes sobre como será a política econômica no segundo governo de Dilma Rousseff, de acordo com a agência Reuters. O mercado aguarda sobretudo sinais sobre o futuro da política fiscal, criticada por ser excessivamente expansionista e pouco transparente, após tanto o setor público consolidado quanto o governo central acumularem déficits primários neste ano até setembro.

"Assim como houve um exagero no pessimismo com a reeleição da Dilma, houve um exagero no otimismo ontem", disse o operador de câmbio da corretora Intercam Glauber Romano, que acredita que o mercado precisará ver mais sinais concretos de melhora na situação fiscal do país para apostar de forma decidida em uma política econômica mais favorável.

Além da perspectiva de maiores entradas de capitais no Brasil em função dos juros maiores, investidores entenderam a decisão de elevar a Selic em 0,25 ponto percentual como um sinal de que Dilma, reeleita no domingo, pode adotar uma postura mais favorável aos mercados. O mercado aguarda agora mais sinais sobre a condução da política fiscal e a indicação do próximo ministro da Fazenda para ajustar suas apostas para os próximos quatro anos.

Nesta manhã, foi divulgado que o governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) teve déficit primário de R$ 20,399 bilhões em setembro, pior resultado da série histórica do Tesouro. O setor público, que inclui também Estados, municípios e estatais, também registrou saldo negativo recorde, levando o governo a admitir que vai reduzir a meta para este ano. "Esse é o tipo de número que faz quem estava animado pensar duas vezes", disse o gerente de câmbio da corretora Advanced, Celso Siqueira.

De acordo com a Reuters, na primeira metade do pregão, os movimentos foram acentuados ainda, segundo analistas, pela briga antes da formação da Ptax de outubro. Investidores costumam disputar para deslocar a taxa, que serve de referência para diversos contratos cambiais, para patamares mais favoráveis a suas posições, incentivando a volatilidade. A Ptax fechou a R$ 2,4436 para compra e R$ 2,4442 para venda.

Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares, pelas atuações diárias. Foram vendidos 750 contratos para 1º de junho e 3,25 mil para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a 197,5 milhões de dólares.

Véspera
Na quinta-feira (31), o dólar fechou em baixa após o Banco Central surpreender e elevar a Selic em 0,25 ponto percentual, a 11,25% ao ano, citando maiores riscos à inflação. A moeda norte-americana caiu 2,45%, a R$ 2,4079, na terceira baixa seguida. Foi a maior queda desde setembro de 2013, quando, no dia 18, o dólar recuou 2,89%. Segundo a agência Reuters, a moeda chegou a ser cotada a R$ 2,3932 nas mínimas da sessão. Na semana, o dólar acumula baixa de 2% e no mês, de 1,64%. No ano, há valorização de 2,14%.

Fonte: Globo