ECONOMIA INTERNACIONAL
Dólar turismo ultrapassa a barreira dos R$ 4,30 nas casas de câmbio.
Moeda norte-americana opera em forte alta nesta quinta.
Em 10/09/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O dólar comercial atingiu os R$ 3,90 nesta quinta-feira (10), pressionado por preocupações com a economia do Brasil após o país perder o grau de investimento pela agência internacional de risco Standard & Poor's
Essa forte valorização do dólar comercial reflete na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é sempre maior que o divulgado no câmbio comercial.
O G1 pesquisou o preço para o valor do dólar em 5 casas de câmbio na tarde desta quarta.
Na RMP Câmbio, em São Paulo, o valor para cada dólar em espécie era de R$ 4,11 e no cartão pré-pago, de R$ 4,37 já com o IOF incluso. Na Confidence, os valores eram de R$ 4,12 e R$ 4,34, respectivamente, e na Cotação, de R$ 4,12 e R$ 4,33. Na AVS, em Curitiba, o preço do dólar em espécie era de R4 4,10 e no cartão, de R$ 4,30. Na Casa Aliança, no Rio de Janeiro, os valores eram de R$ 4,03 e R$ 4,27.
Veja abaixo perguntas e respostas com dicas para quem está com viagem marcada e precisa comprar dólares:
O dólar de turismo, também usado por consumidores para comprar algo no exterior ou mesmo quando importam produtos de outros países, é mais caro que o dólar comercial – usado pelas empresas e bancos para as outras transações realizadas no mercado de câmbio, como exportação, importação e transferências financeiras.
O preço pago pelo dólar leva em consideração os custos administrativos e financeiros. Segundo o Banco Central, a taxa de câmbio pode variar de acordo com a natureza da operação, da forma de entrega da moeda estrangeira e de outros componentes tais como valor da operação, cliente, prazo de liquidação etc. Como os consumidores compram volumes menores que as empresas e outros bancos, esses custos tendem a ser maiores.
A dica do professor de finanças Alexandre Cabral é não esperar, e sim fazer um “preço médio” dessa compra.
“A dica nesse momento de crise é ‘parcelar’. Por exemplo: se a pessoa vai viajar em janeiro, até lá temos 5 meses. Vamos supor que nesses 5 meses ela receba 4 salários. Então, divida a possível compra em 4. Se precisa de US$ 10 mil em janeiro, compre US$ 2,5 mil a cada salário recebido.”
Segundo o professor, adiar a compra esperando quedas diárias pode ser arriscado, “porque nada impede que hoje seja a mínima dos próximos dias”.
Não necessariamente. Cabral aponta que, em momentos de “mercado nervoso” como vem acontecendo nos últimos dias, a diferença de preços entre uma corretora e outra costuma ser maior. Então, ele explica que vale a pena fazer uma pesquisa de preço antes de cada compra de moeda.
A vantagem do cartão pré-pago é que o turista não precisa carregar muito dinheiro vivo. “Ele facilita sua vida”, diz Cabral. Porém, com o IOF, o preço de cada dólar depositado no cartão sobe em relação ao dinheiro em espécie.
Se for para fugir de grandes diferenças de preço, o professor aponta que levar dinheiro vivo pode ser mais vantajoso, especialmente em casos de viagens mais curtas. “Se puder levar espécie, com essa diferença de preço, leve. Se é uma viagem de férias de dez dias, não tem problema nenhum (levar em espécie). Agora, se vai ficar um mês ou dois, é outra história.”
O consumidor que compra em dólar com cartão de crédito fica sujeito à cotação do dólar no dia do pagamento da fatura, e não no momento da compra. O valor da fatura é emitido de acordo com o câmbio no dia do seu fechamento. Se o cliente faz o pagamento em uma data diferente, ainda dentro do prazo de vencimento, está sujeito ao preço do dólar naquele dia.
Por isso, Cabral alerta que “o cartão de crédito é a opção mais perigosa de todas”, e deve ser usado somente se a situação for uma “emergência”. “Você vai viajar em janeiro e pagar com o dólar de fevereiro. É aquela história: você prefere morar com a sogra ou viajar para os EUA agora e comprar com o dólar de outubro?”, brinca o professor.
Ele acrescenta que o controle de gastos também pode ficar mais frágil com o cartão. “A pessoa fica cega, vai comprando algo de US$ 10 aqui, de US$ 20 ali e, quando vai ver está com uma dívida monstruosa.”
Cabral não recomenda que o consumidor faça isso. “Não parcele. Se parcelar, além de ter a emoção do dólar, tem o custo do cartão. A dívida vai ficar absurdamente cara”, alerta.
Fonte: G1