Donos de supermercados avaliam abrir aos domingos no ES.

Em meio ao impasse entre trabalhadores do comércio e patrões, alguns donos de   supermercados do Espírito Santo avaliam voltar a abrir as lojas aos domingos. E isso já pode ocorrer no dia 13 de novembro, às vésperas do feriado de Proclamação da República.

Empresários do ramo varejista acreditam que as negociações salariais devem ficar sem um acordo, o que levará o caso a uma batalha na Justiça. Desde o dia 31 de outubro, a convenção coletiva que garantia o fechamento aos domingos e o expediente aos feriados perdeu validade.

Enquanto as divergências continuam, o Extrabom, por exemplo, começou a planejar o expediente, segundo o sócio do grupo, Luiz Coutinho.

“Se não tiver acordo, estamos prontos para abrir no domingo dia 13. Só não temos tempo de organizar os funcionários para já atender já nesta semana”, disse.

Ele explica que, se o assunto não se desenrolar logo e for para dissídio, o atendimento será nas regiões mais habitadas e por apenas um período do dia. “Onde tiver duas lojas perto, apenas uma funcionará. Um exemplo é o supermercado de Valparaíso, que por estar em área residencial, tem demanda maior do que a de Laranjeiras”, acrescenta.

O Carone também estuda essa possibilidade. O diretor do grupo William Carone Junior afirma que os custos para abrir aos domingos é caro, mas se a convenção não for fechada, os   supermercados  estarão livres para cumprir a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), que permite o trabalho no comércio no primeiro dia da semana.

“Será necessário estudar as vantagens de voltar a reabrir se o tema for para dissídio e se não pudermos abrir aos feriados. Geralmente, o movimento é maior no primeiro domingo do mês e em horários específicos, como após a missa e no final da tarde. Não há demanda o dia todo, o que encarece nossos custos. Mas não descartamos essa possibilidade diante do cenário atual”, disse, ao lembrar que o Carone, por 10 anos, funcionou nessas datas.

Inviável
O retorno no atendimento aos domingos não é unanimidade entre os empresários. Algumas empresas descartam, inclusive, analisar a viabilidade, como o Perim, que sempre manteve as portas fechadas nesses dias.

“Nossa política será mantida. Além de não compensar financeiramente, defendemos domingo como um dia de descanso. São diversas exigências trabalhistas que torna inviável”, afirma o diretor do grupo, Daílton Perim.

De acordo com o empresário João Tarcício Falqueto, presidente da Associação Capixaba de   Supermercados  (Acaps), se a convenção coletiva com o Sindicato dos Comerciários tivesse ocorrido, o desgaste seria menor. “Estávamos preparados para abrir aos feriados e o capixaba se acostumou a isso”.

Ele conta que foi feito um mapeamento para verificar quem quer voltar a abrir aos domingos. “A maioria quer permanecer do jeito atual. Algumas, situadas no litoral, querem abrir somente no verão. De qualquer forma, neste momento, isso é uma decisão de cada negócio”.

Fonte: g1-ES