ESPORTE NACIONAL
Eleições no Palmeiras marcam uma nova era de um clube em crise.
Pela primeira vez desde 1914, os associados tiveram direito a voto e isso mudou a cara da eleição palmeirense.
Em 30/11/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A vitória de Paulo Nobre na eleição para a presidência do Palmeiras, neste sábado (29), marcou, na visão da maioria dos sócios e conselheiros, o fim das "panelas" e pressão de bastidores que marcavam todos os pleitos no clube.
Para a situação, a vitória deve ser destacada como uma mudança de tempos no clube. Pela primeira desde 1914, os associados tiveram direito a voto e isso mudou a cara da eleição palmeirense.
O que mais se destacou, segundo eles, foi o início de uma mudança de tempos no clube, independentemente de a equipe, no futebol, estar lutando contra o rebaixamento para a Série B do Brasileirão.
O conselheiro Mário Gianini resumiu o clima no clube após a situação vencer, com 2.421 votos, contra 1.611 da oposição, cujo candidato era o conselheiro Wlademir Pescarmona.
— Foi o associado que disse sim, apoiando o Paulo Nobre. A opinião do associado é a mais legítima. É ele quem ficou na fila para votar. Foi ele quem se vinculou ao clube desde suas origens. Quando eu votei, foi meu pai, meu avô que votaram junto. Senti isso. Antes, em cada resultado, se dizia que foi a turma do Mustafá (Contursi), a turma do (Afonso) Della Monica, a turma do (Luiz Gonzaga) Belluzzo. Foram os sócios que votaram e será assim daqui para frente.
Gianini admitiu que pode ter havido pressão de opositores, inclusive com tentativas de agressão àqueles que votaram em Nobre. E considera que, se houve tensão durante a eleição, ela foi causada pela oposição.
— Eu não vi (tentativa de agressão), ouvi dizer que houve. Ouvi ofensas na porta, xingamentos a pais de família que estavam na fila, às vezes com crianças. Isso é um total desrespeito, um ato que contraria a civilidade. Somos um clube social e o direito do sócio é sagrado.
O maior ídolo da história do Palmeiras, Ademir da Guia, foi um dos que votaram na eleição. Apesar de não revelar seu voto, ele afirmou que a vitória de Paulo Nobre foi importante, já que o presidente poderá ter mais dois anos para corrigir alguns erros e buscar recolocar o Palmeiras entre as grandes forças do futebol brasileiro.
— Pode ser bom o Paulo Nobre continuar no cargo. Ele já conhece alguns caminhos, está sabendo sobre o que deve ser mantido e o que deve ser mudado. A minha contribuição será torcer para que tudo dê certo.
O ex-craque, porém, destacou que será fundamental, além de todas as melhorias prometidas por Nobre para o clube social, manter o futebol como ponto estratégico para a evolução do clube. E, para isso, ele vê a necessidade de a nova gestão montar um time mais forte do que o atual, que luta para não ser rebaixado para a Série B do Brasileiro.
— É preciso ter um bom elenco, isso é fundamental. O Palmeiras não conseguiu até agora contratar jogadores que se encaixassem bem. As contratações precisam surtir efeito. Vejo bons jogadores vindos da base, mas eles precisam ser mesclados com nomes que cheguem para resolver.