NEGÓCIOS
Em 5 de outubro é celebrado o Dia Nacional do Empreendedor
Separamos trajetórias que inspiram e incentivam quem pretende empreender no Brasil.
Em 01/10/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
No próximo dia 5 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Empreendedor. Você, amigina como é difícil, como é caro, como é burocrático, como é duvidoso empreender no Brasil! O péssimo ambiente de negócios é uma das principais razões, talvez a principal, para que sejamos tão pouco produtivos. Isto ocorre porque sem um ambiente institucional favorável aos negócios fica muito difícil transformar boas ideias em empresas e negócios, ou seja, o empreendedor com uma ideia boa fica obrigado a enfrentar uma burocracia cara, confusa e lenta. Mesmo assim, existem aqueles mais corajosos, ausados e resilientes que conseguem se sobresair, encorajados pela necessidade, e conseguem transformar ideias em negócios, obtendo êxito em seus empreendimentos.
Separamos cinco histórias de empreendedores brasileiros que, em meio a tantas dificuldades e desafios, não abandonaram o sonho de ter seu próprio negócio e criaram empresas de referência nos mais diversos segmentos. São trajetórias que inspiram e incentivam quem pretende empreender no Brasil.
Empenhada em transformar vidas, criou a primeira agência de UX no Brasil
Melina Alves, 37 anos, CEO e Co-Founder da DUXcoworkers, de Passos/MG. Foto: Divulgaçãp
De Passos, interior de Minas Gerais, a jovem, que aprendeu com a mãe o ofício de cabeleireira aos 14 anos, se desafiou a descobrir o mundo por conta própria. Com uma vontade imensa de transformar vidas, Melina Alves adentrou no universo do UX, que significa User Experience. O termo, relativamente novo, tem por objetivo melhorar ao máximo a experiência que o consumidor pode ter com determinado produto - uma maneira, aos olhos da jovem, de transformar vidas. Melina chegou aos 17 anos em São Paulo para estudar publicidade e, nos primeiros meses, conciliou os estudos com a tesoura. Exausta com a rotina puxada entre as cidades, dedicou-se apenas a faculdade e logo começou a estagiar.
Encantada com o poder do ‘bom uso’ da tecnologia, Melina rapidamente se destacou na área digital da comunicação e, envolvida com o tema, desenvolveu junto com a agência em que trabalhava o primeiro app de realidade aumentada, que tinha por objetivo provar que a era digital influenciava -e muito- no mercado de comunicação. E foi assim que a jovem do interior de Minas começou, por conta própria, a desbravar os conceitos e possibilidades que o UX trazia. Estudando e investindo todo o tempo possível em sua capacitação e consolidando seu nome no mercado, tornando-se pioneira no Brasil a profissionalizar o tema, criando a primeira consultoria e coworking de UX no mesmo local em 2010, a DUXcoworkers.
Inspirado no churrasco de rua, ele criou uma rede de bares e ganhou a fama de Rei dos Espetinhos
Leandro Souza, 37 anos, CEO, Espetto Carioca, Rio de Janeiro/RJ. Foto: Divulgaçãp
Filho de empregada doméstica e porteiro, Leandro Souza nunca escondeu suas origens humildes. Pelo contrário: usou as referências do subúrbio da capital fluminense para criar um negócio hoje lucrativo e responsável por trazer a ele a fama de “rei dos espetinhos”. Ousado, ele embarcou para os Estados Unidos em busca de novas experiências. Trabalhou como entregador de pizza, segurança em casas noturnas, manobrista e, como sempre teve consigo uma veia empreendedora, chegou até a comprar parte do negócio em que trabalhou como vallet. Em 2008, resolveu voltar à pátria amada e, com muita criatividade e o dinheiro que conseguiu juntar, abriu a primeira loja Espetto Carioca no Recreio dos Bandeirantes, junto de mais dois sócios. O ambiente agradável, descontraído, aconchegante, com toque de sofisticação, foi resultado do olhar cuidadoso e observador de Leandro, que viu o sucesso que barraquinhas de churrasco faziam por toda a cidade.
Alguns anos depois, com outras duas unidades, os sócios se atentaram para uma nova oportunidade de mercado: o franchising. Desde então, a rede obteve bons números. Desde a abertura da primeira loja, hoje já somam mais de 30 unidades, em oito estados brasileiros e um faturamento que chegou em 2019 em R$ 78 milhões; mesmo ano em que adquiriu a rede de franquias Bendito, especializada em cookies, brownies e cafés gourmets. Recentemente, inauguraram um frigorífico em São Paulo, com o objetivo de melhorar a qualidade do produto consumido nas lojas, vender para outros bares e restaurantes, assim como produzir em packs com cinco ou 10 unidades que serão vendidos nas unidades franqueadas ou aplicativos de entrega. Com investimento de R$ 5 milhões, a perspectiva é que o frigorífico aumente o faturamento da rede em 20% ainda esse ano.
Transformaram o jeito de ensinar idiomas com uma metodologia inovadora
Paulo Arruda e Eduardo Pacheco, 54 e 46 anos, CEO e Co-Founder, Park Idiomas, Uberlândia/MG. Foto: Divulgaçãp.
Eduardo Pacheco tinha acabado de voltar dos Estados Unidos, em 1996, onde foi estudar, quando começou a dar aulas de inglês. Ministrando-as, percebeu que algo precisava ser criado para resolver os problemas de aprendizado dos estudantes brasileiros, já que 95% dos alunos que terminavam os estudos se sentiam inseguros ao falar o idioma. Em 2000, junto do cunhado Paulo Arruda, executivo conceituado por sua carreira em grandes organizações, criou a Park Idiomas. O Método Park proporciona um aprendizado mais natural e intuitivo, já que os alunos começam dialogar para, somente depois, serem apresentados às normas gramaticais, assim como acontece com crianças que aprendem a falar as primeiras palavras.
Atualmente com 73 unidades em oito estados e mais de 30 cidades brasileiras, percebeu durante a crise causada pela pandemia outras oportunidades de evolução: lançou um modelo de negócio mais acessível financeiramente e adotou o ensino híbrido, em que o aluno poderá ter aulas presenciais ou virtuais. Para os próximos anos, é alavancar os planos de internacionalização da marca, que já está presente nos EUA, Colômbia, México, Holanda e Portugal.
Para facilitar a vida da mulher multitarefas, ela criou um instituto de depilação e o transformou em um negócio milionário
Regina Jordão, 60 anos, CEO, Pello Menos, Rio de Janeiro/RJ. Foto: Divulgaçãp
Foi pensando na rotina agitada da maioria das mulheres que a empresária carioca Regina Jordão visualizou e estruturou um negócio de sucesso num nicho de mercado pouco explorado até então: o de depilação. A história começou a ganhar forma em 1996, quando o marido contou que tinha sido demitido. Regina, que na época trabalhava em São Paulo numa clínica de estética e vivia viajando entre uma cidade e outra, já sonhava em arriscar-se no empreendedorismo. De maneira despretensiosa, em uma salinha pequena localizada em Copacabana, deu início ao instituto Pello Menos, que, em 20 anos, tornou-se uma franquia com mais de 50 unidades em três estados: Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Regina deu a cara à tapa e entrou nos comércios da região oferecendo o serviço de graça e convidando as mulheres a conhecer o novo instituto que tinha por ali, com um método inovador. A persistência valeu a pena e, com seis meses, o instituto já tinha 1000 clientes cadastrados. Em 2007, formatou o modelo para o franchising e, em 2010, inaugurou as primeiras unidades fora do estado. Um dos segredos desse sucesso tem a ver com o produto diferenciado que se usa para depilar, que, devido a elasticidade, minimiza a dor. O negócio, que começou com investimento de R$ 40, fruto da rescisão do marido, se transformou em R$ 49 milhões em 2019, prova que a liderança da mulher moderna é altamente eficaz.
Fez uma pequena pizzaria de bairro virar a maior rede 100% brasileira
Gabriel Concon, 38 anos, Sócio-diretor, Pizza Prime, Osvaldo Cruz/SP. Foto: Divulgaçãp
O empreendedor Gabriel Concon, 38, se mudou da pequena cidade de Osvaldo Cruz, interior de São Paulo, para cursar Administração na capital paulista no início dos anos 2000. Mesmo antes de entrar na faculdade, ele já sabia o seu destino: ter um negócio próprio. A oportunidade morava ao lado: era uma pizzaria à venda na Aclimação, bairro em que morava. Ele e o pai uniram as economias e investiram cerca de R$ 20 mil no estabelecimento. Nos primeiros dois anos, Concon colocou a mão na massa: panfletou, atendeu aos consumidores - tanto por telefone quanto na própria pizzaria -, comprou os ingredientes e, esporadicamente, até realizou as entregas. Feliz e confiante, arriscou um empréstimo e comprou a segunda pizzaria, na Vila Mariana. E depois a terceira, na Mooca. Em 2008, junto com o irmão criaram a primeira loja totalmente do zero, na Vila Leopoldina, onde tiveram a vivência de toda a construção do negócio: da escolha do ponto ao layout.
Foi a partir daí que ele percebeu a dificuldade de gerir um único negócio com várias bandeiras e optou, então, em unificá-las sob o nome de Pizza Prime em 2011. A primeira sob essa chancela, em Novo Hamburgo (RS), trouxe mais aprendizados: identificar as regionalidades é um diferencial para o negócio. Foi assim que Concon inovou e criou a pizza de coração de galinha, para a região Sul, e pizza de camarão com jambú, para a região Norte. Com 25 unidades, em 2019, a Pizza Prime adotou o modelo de franquias. No mesmo ano, faturou R$ 48 milhões e vendeu 2 milhões de pizza. (Por Gabrielle Jaquiel - Markable)