POLÍTICA NACIONAL
Em reunião, Pazuello deve tratar de vacinas com governadores
A maioria dos governadores deve participar da reunião por meio de videoconferência.
Em 08/12/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os governadores devem cobrar que o ministério incorpore ao SUS o maior número de vacinas possível, além de pedir mobilização para uso emergencial dos imunizantes, que pode ser feito ainda com estudos clínicos em andamento.
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuelo, deve realizar uma reunião na terça-feira (8), com governadores para tratar da compra de vacinas contra a covid-19. O encontro será feito no Palácio do Planalto, mas a maioria dos governadores deve participar por meio de videoconferência.
Em outubro, durante reunião com governadores, Pazuello anunciou que compraria doses da Coronavac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantã, órgão ligado ao governo paulista de João Doria (PSDB). Após ser desautorizado pelo presidente Jair Bolsonaro, porém, o ministério recuou e negou a compra do imunizante. Nessa videoconferência Pazuello estava no Ministério da Saúde.
A Saúde não deu explicações sobre o porquê de a reunião, desta vez, ser feita no Palácio do Planalto. A Presidência não informou se Bolsonaro e ministros palacianos participam da conversa.
Maior número de vacinas
Os governadores devem cobrar que o ministério incorpore ao SUS o maior número de vacinas possível, além de pedir mobilização para uso emergencial dos imunizantes, que pode ser feito ainda com estudos clínicos em andamento. Pazuello tem dito, porém, que só comprará mais vacinas após o registro dos produtos na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Tutelado pelo Planalto, o ministro da Saúde ainda tem ignorado a Coronavac ao falar sobre o plano para vacinar a população.
Desafeto de Bolsonaro, o governador Doria deve participar da reunião por videoconferência. Nesta segunda-feira, 7, ele anunciou que a vacinação em São Paulo começa em 25 de janeiro, mesmo sem o Butantã ter apresentado todos os dados sobre a Coronavac. O plano do governo federal aponta março como mês do início da vacinação.
Horas mais tarde ao anúncio de Doria, o presidente disse nas redes sociais que não faltaram recursos para vacinar toda a população brasileira de graça. O ministério, porém, ainda corre atrás de insumos básicos para a imunização, como seringas.
Conass
Além de Doria, outros governadores tem negociado compras próprias de vacina. O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirma que a criação de planos estaduais para vacinação não é o ideal, mas torna-se inevitável por causa da demora do ministério em fechar um plano nacional de vacinação, incorporar imunizantes e comprar seringas. A entidade pede que o ministério lidere e centralize este debate.
O governo Jair Bolsonaro aposta na vacina de Oxford. A Fiocruz trabalha para incorporar a tecnologia e produzir as próprias doses desse imunizante. Mas os pesquisadores responsáveis pelo estudo de Oxford já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro. Além disso, a pasta espera receber doses para 10% da população brasileira por meio da Covax Facility, consórcio internacional liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O ministério também tem feito reuniões com outras farmacêuticas, como a Pfizer, mas não se comprometeu com a compra de novos imunizantes. A pasta e a Pfizer trataram nesta segunda-feira, 7, sobre pontos de um “memorando” não vinculante de interesse sobre a vacina. Um dos pontos de divergência entre as partes é o número de doses ofertadas. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, chegou a afirmar ironicamente, nos bastidores, que as doses não serviriam para imunizar Brasília, que tem cerca de 3 milhões de habitantes.
Governo anuncia negociação de 70 milhões de doses de vacina da Pfizer
Representantes do ministério e dos laboratórios se reuniram para tratar do memorando nesta segunda-feira (7). A vacina é aplicada em duas doses. Não há detalhes sobre o valor previsto para cada dose.
O Ministério da Saúde informou na noite desta segunda-feira (7), que avançou em negociações de compra de 70 milhões de doses da vacina da Pfizer e BioNTech contra a covid-19.
“Os termos já estão bem avançados e devem ser finalizados ainda no início desta semana com a assinatura do memorando de intenção”, disse a pasta.
Representantes do ministério e dos laboratórios se reuniram para tratar do memorando nesta segunda-feira (7). A vacina é aplicada em duas doses. Não há detalhes sobre o valor previsto para cada dose.
Países da América Letina
Os países da América Latina com que a Pfizer já fechou negócio preveem iniciar a vacinação este mês ou no início de 2021, conforme o aval dos órgãos regulatórios locais. O Reino Unido quer começar a vacinar nesta semana a população.
O ministério vinha sinalizando que a temperatura de 70 graus negativos para armazenamento da vacina da Pfizer era uma barreira para incorporar o produto ao SUS. A Pfizer diz ter plano para transporte e armazenamento das doses – uma embalagem para 5 mil doses, com temperatura controlada, que usa gelo seco. A vacina duraria 15 dias.
O ministério já investiu cerca de R$ 2 bilhões para receber e passar a produzir doses de vacina desenvolvida pela Oxford/AstraZeneca. Além disso, reservou R$ 2,5 bilhões para receber doses para 10% da população por meio do consórcio Covax Facility. (Estadão Conteúdo)