CULTURA

Em SP, mostra homenageia pessoas com deficiência que fizeram diferença.

Podem ser vistoso material usado por Anita Malfatti e as técnicas do fotógrafo cego Evgen Bavcar.

Em 18/12/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Pessoas que  fizeram a diferença, em sua época, com inovações na ciência e nas artes artes recebem homenagem na mostra Grandes Nomes, Grandes Feitos, em São Paulo, no Memorial da Inclusão, no complexo do Memorial da América Latina, zona leste da cidade. A mostra sensorial reúne 12 personalidades da história da humanidade, portadoras de deficiência. A exposição pode ser visitada até o dia 19 de janeiro.

A mostra conta histórias de personalidades como o compositor Ludwig van Beethoven, que viveu entre os séculos 18 e 19, autor de músicas que até hoje estão presentes no cotidiano das pessoas. O alemão continuou a trabalhar mesmo após ficar surdo. Também foi retratada a pintora Anita Malfatti, um nome relevante do modernismo brasileiro, que tinha a mão e o braço direito atrofiados.

Segundo a museóloga do memorial, Carla Grião, a proposta é homenagear essas pessoas, ajudando a diminuir a invisibilidade dessa parcela da população. “Para mostrar que elas existem e contribuem para com a sociedade. Tirar a carga da deficiência, pensar o conteúdo do que fizeram e criaram”, afirmou Carla.

A vida da astrônoma norte-americana Henrietta Swan Leavitt aborda não só os problemas enfrentados devido à surdez, mas as dificuldades de gênero no século 19. “Temos que pensar o lugar da mulher naquele momento”, ressaltou a museóloga sobre o trabalho da norte-americana no Observatório Astronômico de Havard. “ Foi muito importante para o desenvolvimento da astronomia, a forma como ela conseguiu catalogar diversas constelações", disse, ao comentar a história da astrônoma, que iniciou a carreira como voluntária.

A exposição aborda diversas áreas do conhecimento e vários tipos de deficiência. A acessibilidade de portadores de deficiência é garantida por textos em braile, em português. Há peças sensoriais que facilitam a compreensão e despertam o interesse do público de diferentes idades.

Pode ser visto ainda o material de trabalho usado pela pintora expressionista brasileira Anita Malfatti. Também podem ser conferidas as técnicas usadas pelo fotógrafo cego Evgen Bavcar, em seu trabalho, e o modo como o compositor Ludwig van Beethoven, depois de ter perdido parte da audição, podia sentia as vibrações de sua 9ª Sinfonia.

Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil