NEGÓCIOS
Empresa chinesa investiga trabalho infantil em minas de cobalto
A empresa Yantai Cash, com sede na província de Shandong, abriu investigação.
Em 23/11/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Uma empresa chinesa de venda de metais anunciou nesta quinta-feira que está investigando se as minas congolesas que fornecem cobalto para o grupo, um elemento chave para fabricação de telefones celulares e automóveis elétricos, utilizam trabalho infantil.
A empresa Yantai Cash, com sede na província de Shandong, informou que abriu uma investigação sobre a rede de abastecimento a pedido da London Metal Exchange, a Bolsa de cotação dos preços de mercado.
A ONG Anistia Internacional (AI) publicou um relatório na semana passada em que acusa grandes empresas de tecnologia e veículos elétricos de não garantirem que os minerais utilizados na fabricação das baterias não contam com trabalho infantil.
De acordo com o texto, na República Democrática do Congo os investigadores observaram meninos de até sete anos trabalhando na busca de rochas ricas em cobalto.
A AI afirma que as empresas – que incluem Microsoft, Renault e o grupo tecnológico chinês Huawei – não realizaram nenhuma ação para saber se as baterias utilizadas em seus produtos estão ligadas ao desrespeito aos direitos humanos.
O jornal britânico Financial Times informou na quarta-feira que a London Metal Exchange está investigando se em seu mercado é negociado cobalto extraído por crianças.
O principal executivo da Yantai Cash, Liu Xiaohan, anunciou que a empresa está investigando a cadeia de abastecimento com a a ajuda da RCF Capacity Planners, uma empresa com sede em Miami que fornece serviços logísticos, e da câmara de comércio chinesa de importadores e exportadores de metais.
Lui afirmou que a empresa, que não foi citada no relatório da AI, não tem funcionários nem escritório na República Democrática do Congo e compra o metal nos portos chineses, não diretamente das minas.
O diretor se negou a divulgar as empresas que adquirem o cobalto da Yantai Cash.
Imagem: AFP/Arquivos