SAÚDE
Entenda como é realizada a cirurgia refrativa para alta miopia
Até 2050, 4,75 bilhões de pessoas serão afetadas pela miopia e dessas 1 bilhão pela alta miopia.
Em 16/10/2024 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
No Brasil, até 2050, a estimativa é de 105 milhões de míopes e 17,1 milhões de altos míopes usando lentes corretivas de 6 graus ou mais. A cirurgia não causa olho seco, é reversível e elimina os óculos mantendo a córnea íntegra.
A miopia, dificuldade de enxergar à distância, é uma das maiores causas de deficiência visual grave em todo o mundo. A estimativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que até 2050, 4,75 bilhões de pessoas serão afetadas pela miopia e dessas 1 bilhão pela alta miopia. No mesmo ano a estimativa para o Brasil é de 105 milhões de míopes e 17,1 milhões de altos míopes usando lentes corretivas de 6 graus ou mais.
Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, diretor executivo do Instituto Penido Burnier de Campinas, isso acontece porque a visão é o mais dominante de nossos sentidos, e responde por 85% de nossa integração social e com o meio ambiente.
“Uma pessoa com alta miopia não consegue se levantar da cama ao amanhecer sem óculos, tem dificuldade para realizar as mais corriqueiras atividades do dia a dia, sofre restrições profissionais, esportivas e sociais, além de ter maior tendência à depressão e isolamento.”
Por isso a cirurgia refrativa é o sonho de muitos. Adriana, nome fictício, foi uma das pacientes operadas este ano. Ela conta que aos 8 anos descobriu que ia precisar usar óculos. Desde o começo a miopia já era meio alta, relata. Conforme os anos passaram foi progredindo até chegar a 13,5 graus em um olho e 13 no outro. Sem óculos ou lente enxergava tudo embaçado.
Fatores de risco
Por sorte, os exames pré-cirúrgicos não impediram a realização do sonho de Adriana. Queiroz Neto explica que a alta miopia aumenta o tamanho do olho. Por isso. pode ocasionar aumento da pressão intraocular e consequentemente o glaucoma, além de aumentar o risco do descolamento da retina que se torna mais frágil e da maculopatia mióptica uma condição que afeta a porção central da retina e leva à perda irreparável da visão.
Queiroz Neto ressalta que outras contraindicações para a cirurgia refrativa em altos míopes são: ter a profundidade da câmara anterior com pelo menos de 3,2 mm porque a câmara posterior rasa pode induzir o paciente ao glaucoma após a cirurgia e já ter passado por alguma cirurgia na córnea.
A cirurgia
Queiroz Neto afirma que a cirurgia não requer internação e o paciente deve comparecer acompanhado pois recebe alta no mesmo dia mesmo. O procedimento dura de 20 a 30 minutos . É iniciado com aplicação de anestesia local e uma sedação leve. A lente é introduzida no olho através de uma pequena incisão na borda da córnea e fica presa atrás da íris, parte colorida do olho. Por não retirar tecido da córnea permite recuperação mais rápida, sem dor ou ressecamento da lágrima conforme acontece após a cirurgia refrativa a laser.
Indicações
A correção cirúrgica da alta miopia e indicadas para quem tem de 21 a 45 anos, miopia de 6 a 18 dioptrias e estabilidade de grau há pelo menos um ano, conforme ocorre em toda cirurgia refrativa. Queiroz Neto ressalta que o uso dos colírios conforme a indicação no pós-cirúrgico é crucial para garantir o sucesso do procedimento. Além disso, é essencial comparecer aos retornos e manter as consultas periodicamente. Isso porque, a alta miopia tem correção mas não tem cura, provoca alterações na estrutura do globo ocular e por isso, requer acompanhamento permanente. (Eutrópia Turozzi/AsImp)
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