ESPORTE NACIONAL
Entre vaias e gols, um novo Pato encerra história no São Paulo.
No Morumbi, Pato se sentiu muito mais em casa e à vontade para ser genuíno.
Em 06/12/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A passagem de Alexandre Pato pelo São Paulo se encerra neste domingo, às 17h, com a participação do atacante na partida contra o Goiás, na última rodada do Campeonato Brasileiro. Entre vaias e gols, críticas e novo posicionamento diante da imprensa, o duelo no Serra Dourada será a chance do camisa 11 confirmar sua redenção no futebol brasileiro.
É claro que o desempenho do astro está muito distante daquilo que era projetado para sua carreira entre o fim de 2006 e o início de 2007. É inegável também, no entanto, sua evolução desde a inesperada troca por Jadson para deixar o Corinthians em 2014 e acertar com o Tricolor. No Morumbi, Pato se sentiu muito mais em casa e à vontade para ser genuíno.
Em 2014, atrapalhado pela demora para estrear como são-paulino, custou a agradar Muricy Ramalho. O técnico, embora costumasse cobrir o atacante de elogios por seu profissionalismo, não hesitava em reclamar: "Pato precisa querer mais". A estrela quis e, ao lado de Kaká, viveu grande momento no segundo semestre do ano passado, quando o Tricolor chegou a brigar com o Cruzeiro pelo título do Campeonato Brasileiro.
O melhor, porém, ficou guardado para 2015. Ainda era maio quando o paranaense de Pato Branco igualava a marca de 12 gols da temporada anterior. Depois, já sob o comando de Juan Carlos Osorio, explodiu. Pato deixou de ser um ótimo coadjuvante para ser um protagonista regular. Foram 26 gols marcados até aqui, garantindo a artilharia isolada do São Paulo no ano - foi a primeira vez desde 2012 que Luis Fabiano não ocupou o posto.
Pato no Tricolor: 101 jogos e 38 gols
Outro motivo de destaque no ano de Pato foi seu comportamento nas entrevistas. O astro deixou de lado o discurso raso do "feliz e tranquilo" e passou a se posicionar. Criticou o Corinthians por impedi-lo de participar dos Majestosos, pediu a Osorio para mudar de posição em campo, sugeriu nova função para PH Ganso e até declarou torcida para o rival Palmeiras na final da Copa do Brasil contra o Santos por amizade com o presidente Paulo Nobre.
A redenção de Pato só não foi completa, entretanto, porque houve falhas nos momentos mais decisivos da temporada. Nos clássicos, pouco produziu. No Paulista e na Libertadores, não exerceu o papel de decisão esperado. E mesmo com o papel importantíssimo para manter o time no G4 até a última rodada do Brasileirão, a sensação ainda é de desconfiança.
Prova disso foi a reação da torcida nas duas últimas partidas no Morumbi, as vitórias por 4 a 2 sobre o Atlético-MG e 3 a 2 sobre o Figueirense. Nas duas ocasiões, Pato foi substituído pelo interino Milton Cruz, saiu vaiado e viu a equipe reagir em campo. No treino da última sexta-feira, chegou a ser trocado por Reinaldo para que Carlinhos atuasse no ataque.
Neste domingo, no Serra Dourada, Pato poderá provar que mudou, de fato. Basta se despedir do São Paulo com um presente para a torcida que o acolheu: a vaga na próxima edição da Copa Libertadores da América. A partir de janeiro, no Corinthians ou na Europa, vida nova e, talvez, velhas desconfianças.
Gazeta Esportiva