ENTREVISTA: Vitória em primeiro lugar, afirma Luciano Rezende.

Com 95.458 votos, ou 51,19% dos votos válidos, o prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), foi reeleito vencendo em segundo turno. A apuração dos votos foi definida em menos de uma hora e foi uma das eleições mais acirradas já vista na capital do Espírito Santo, nos últimos tempos. O resultado confirmou a expectativa que Rezende venceria a disputa, com a promessa de consolidar projetos iniciados no primeiro mandato.

Natural de Cachoeiro de Itapemirim, o médico Luciano Rezende foi reeleito aos 54 anos, pela coligação "Para Vitória continuar em boas mãos" e terá a oportunidade de liderar a cidade, mais uma vez. Rezende é o entrevistado desta edição do Correio Capixaba, fazendo um balanço do seu governo entre 2013 e 2016, falando sobre o atual cenário político e econômico, além de apresentar as propostas para governar o município nos próximos quatro anos, para Vitória continuar em “primeiro lugar”.

CORREIO CAPIXABA – Após a reeleição o Sr. declarou que defenderá Vitória, com força, trabalho, responsabilidade e transparência. Traduz, por favor?

LUCIANO REZENDE – Na verdade, o que vamos fazer é continuar governando a cidade de Vitória por mais quatro anos de forma que ela continue ocupando o primeiro lugar. Os moradores me escolheram mais uma vez para representá-los como líder porque reconheceram o nosso trabalho nesses últimos quatro anos.

Desempenhamos um trabalho honesto, transparente, eficiente e ético. Quantos políticos podem dizer isso hoje? Conseguimos fazer muito mais com menos. Governamos a cidade de Vitória com poucos recursos e só Deus sabe como foi desafiador manter a alta qualidade dos serviços prestados.

Vitória perdeu muitos recursos, principalmente com o fim do Fundap (Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias), que era o dinheiro em dólar das exportações e importações que era depositado diretamente no caixa da Prefeitura. Nesses quatro anos, somando a perda do Fundap com a crise financeira que se abateu no Brasil, Vitória foi a capital que mais perdeu recursos. Nesses quatro anos nós trabalhamos com R$ 1 bilhão a menos, o que representa um ano de receita. Resumindo, governamos quatro anos com recursos de três anos.

CC – Foram quatro anos difíceis, mas Vitória seguiu trabalhando. Quais foram as principais realizações até aqui?

LR – Fizemos obras importantes de infraestrutura como diversas contenções de encostas, drenagens diminuindo os constantes alagamentos na cidade por ocasião de chuvas.

Construímos, reformamos e ampliamos escolas e creches, acabando de vez com o sorteio de vagas que existia na cidade. Você deve se lembrar que os pais iam matricular seus filhos nas escolas e ficava torcendo para serem sorteados. Imagina voltar para casa e dizer para o seu filho que ele não vai estudar porque não foi sorteado! Isso acabou em Vitória.

Impulsionada pelos bons resultados, principalmente nas áreas de saúde e educação, graças a nossa gestão, Vitória alcançou o primeiro lugar no ranking das cidades de médio porte mais inteligentes e conectadas do Brasil em 2016, entre as 700 cidades pesquisadas pelo instituto Urban Systems e divulgado na revista Exame.

Vitória ficou em 1º lugar em Educação (em 2015, era 3º lugar), manteve o 1º lugar em Saúde, subiu de 2º para 1º lugar geral entre as cidades com até 500 mil habitantes e de 7º para 6º lugar geral entre as cidades mais inteligentes em todo o Brasil neste ranking Cidades Inteligentes e Conectadas (Connected Smart Cities).

Também entregamos novas unidades de saúde totalmente equipadas, campos de futebol, parques e praças, implantamos o modelo de bicicletas compartilhadas – o Bike Vitória – que é um sucesso absoluto, construímos mais que o dobro de ciclovias e ciclofaixas que existiam, interligando vários bairros.

Além disso, desde o início de nossa gestão, em janeiro de 2013, estamos focados na valorização do servidor público. Concedemos o tíquete alimentação a todos os servidores, o que era um sonho de mais de duas décadas, e repusemos a inflação nos dois primeiros anos de governo. Vamos intensificar a capacitação permanente, premiando cada vez mais o desempenho dos servidores, tendo como base uma política salarial justa e em sintonia com a recuperação econômica da cidade.

CC – Uma das melhores cidades do País para se viver, empreender e passear. Podemos afirmar que Vitória é a “capital das oportunidades”?

LR – Claro que sim! Nosso segundo mandato será focado na geração de emprego, trabalho e renda através da capacitação das pessoas, criando mais oportunidade de trabalho em uma cidade que é uma das melhores para se viver, trabalhar e visitar.

CC – O cenário é de turbulências na economia e na política, com elevados índices de desconfiança. Como atrair novos investimentos?

LR – Estamos investindo forte e vamos continuar nos próximos quatro anos. Vitória tem vocação em turismo e serviço, inovação e tecnologia. Vários organismos de pesquisa elegem nossa cidade e a colocam em primeiro lugar para se investir, como foi a constatação de um estudo do IPC Maps, feito entre 2015 e 2016, pela empresa especializada em informações de mercado, a IPC Marketing Editora.

A cada avaliação de órgãos importantes e de renome internacional e nacional como estes, a cidade de Vitória aparece entre as melhores cidades para viver, trabalhar e visitar. Esse é o nosso desafio: transformar Vitória cada vez mais numa cidade com mais oportunidades para as famílias.

CC – Há propostas para reforçar a criação de emprego, geração de renda e atenção à saúde. Como equacionar essas ações com as limitações dos recursos?

LR – Nós – gestores – temos que apostar na redução de gastos e na melhoria permanente da qualidade do gasto público. Em Vitória, um dos nossos principais desafios é consolidar o equilíbrio das contas.

O objetivo é criar mais emprego, trabalho e renda, capacitar as pessoas, tendo como símbolos e base desse novo tempo, a Fábrica de Ideias – local de desenvolvimento de economia criativa, inovação e tecnologia – e a implantação do Parque Tecnológico, um sonho de quase 30 anos, que se tornou realidade.

Como eu disse, estamos fazendo muito mais com menos.

CC – Uma mensagem de otimismo, em três palavras?

LR – (risos) Em quatro palavras! Trabalho, parceria, transparência e confiança.

Por Rayane Moreyra