EDUCAÇÃO
ES é 4º em gastos com educação, mas fica só em 15º lugar no Enem.
Secretário de Educação diz que estado precisa de reformulação curricular.
Em 06/05/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Apesar de o Espírito Santo ter sido o quarto estado do Brasil que mais investiu em educação em 2013, só alcançou o 15º lugar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no mesmo ano. Um levantamento nacional feito pelo Instituto Alfa e Beto no mês de abril apontou a ausência de relação entre os gastos e as notas dos alunos no Enem.
O secretário estadual de Educação, Haroldo Rocha, reconheceu que o crescimento no investimento não refletiu em resultados e disse que, a partir do projeto 'Escola Viva', vai haver um reformulação curricular.
Segundo o estudo, o Espírito Santo gasta, em média R$ 8,4 mil por aluno da rede pública. São Paulo, que aparece em primeiro lugar, gastou menos de R$ 7 mil por aluno. Rio Grande do Sul, em segundo lugar, gastou menos de R$ 6 mil.
João Victor tem 16 anos e sempre estudou em escolas da rede pública. Segundo ele, os investimentos constatados não aparecem em sala de aula. “Não é bem assim. Eles falam muito que investem, mas a gente não consegue ver isso muito bem”, disse.
A aluna Thaísa Trancoso, que já estudou em escola particular e, atualmente, faz o terceiro ano do ensino médio na rede pública, contou que sentiu diferença na estrutura.“Hoje em dia, com essas tecnologias, se tivesse pelo menos uma televisão em cada sala, que tenha entrada USB, seria mais fácil para a gente apresentar trabalho, para os professores explicarem a matéria para a gente”, falou.
Para o especialista em políticas públicas Roberto Simões, dinheiro para educação nem sempre significa investimento em sala de aula. “Parte do orçamento está indo para a previdência complementar, para transporte, para alimentação, entre outros pontos. E a destinação efetiva do que chega à sala de aula é muito pouco hoje em todo o Brasil e, em particular, no Espírito Santo”, explicou.
O secretário Haroldo Rocha falou que os jovens precisam de uma transformação dentro da sala de aula. “O jovem, fora da escola, tem uma diversidade, uma cosia tão dinâmica e a escola está tradicional. Essa transformação só se faz com uma reformulação curricular, com professores motivados, de dedicação exclusiva. A 'Escola Viva' traz isso”, destacou.
Fonte: G1-Espírito Santo