ECONOMIA NACIONAL
Escândalo da carne brasileira não afeta negociações UE-Mercosul.
A investigação sobre a adulteração de carne no Brasil provocou um escândalo.
Em 22/03/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O escândalo da "carne fraca" no Brasil não foi tratado na rodada de negociações entre o Mercosul e a União Europeia (UE) sobre um tratado de livre comércio que avança "bem" esta semana em Buenos Aires, afirmou hoje (22) a chanceler argentina Susana Malcorra. As informações são da agência de notícias alemã DPA.
A ministra de Relações Exteriores não descartou contudo que o tema haja sido debatido à margem das conversações oficiais. “Até onde eu sei, não se conversou sobre o tema da carne do Brasil em nenhuma mesa oficial, [mas] não estou segura que não tenha havido uma conversa de corredor sobre este tema”, declarou Malcorra, em uma coletiva de imprensa no Palácio San Martín, sede da Chancelaria, em Buenos Aires.
A investigação sobre a adulteração de carne no Brasil provocou um escândalo que afetou as exportações brasileiras do produto.
Ritmo intenso
A chefa da diplomacia argentina destacou que "o que está ocorrendo esta semana [na rodada de negociações entre o Mercosul e a UE] é intenso. Há um grupo muito grande que veio de Bruxelas e há um enorme grupo da parte do Mercosul, com uma enorme quantidade de reuniões em paralelo para discutir diversos temas. Todo indica que as conversações estão avançando bem", assinalou.
"Estamos com uma expectativa muito alta e positiva porque na União Europeia há um interesse certo de avançar no tema e poder finalizá-lo", destacou a chanceler . O acordo reunirá um mercado de 750 milhões de pessoas.
Renovado impulso
A Argentina ora ocupa a presidência pró-tempore do Mercosul, bloco regional também integrado pelo Brasil, Paraguai e Uruguai. O quinto membro, a Venezuela, se encontra suspenso desde dezembro, por não cumprir com os requisitos do mercado comum.
A rodada do Comitê de Negociações Bi-regionais, da qual participam técnicos e representantes de ambos os blocos, se encerrará na sexta-feira (24), com reuniões de seguimento entre 30 de maio e 2 de junho, em Buenos Aires.
A instância anterior de relevância na negociação, iniciada há 17 anos, ocorreu em outubro do ano passado, quando as partes concluíram o terceiro intercâmbio de ofertas, o que deu um renovado impulso ao possível acordo.
Os pontos mais conflitantes das negociações são o acesso a mercados, em particular o setor agrícola, e as compras públicas e propriedade intelectual.
O intercâmbio comercial entre a UE e o Mercosul caiu de mais de 111 bilhões de euros (uns 119 bilhões de dólares) para 85 bilhões de euros (91 bilhões de dólares), segundo estimativas da Federação Industrial Alemã.