EDUCAÇÃO

Escola do ES tem sete medalhistas na Olimpíada de Matemática.

Escola Victório Bravim, de Marechal Floriano, alcançou o 1º lugar no estado.

Em 11/12/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

A 68 km de Vitória, no distrito de Araguaia, Marechal Floriano, região Serrana do Espírito Santo, fica a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Victório Bravim. São 337 alunos que, todos os anos, levam à instituição ao pódio da educação em competições estudantis e avaliações do governo.

Em 2015, foram sete estudantes que receberam medalhas de ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) e colocaram a escola em primeiro lugar no estado.

Para a diretora Liane Bravim, que trabalha há 30 anos, na instituição, não há uma receita ou fórmula mágica para o sucesso dos alunos. Segundo ela, se cada profissional cumprir bem seu papel e vestir a camisa da escola, os estudantes vão se sentir motivados a buscar conquistas pessoais.

“O resultado positivo veio ao longo dos 11 anos de participação da escola na olimpíada. A gente motiva, incentiva os alunos a participar. O nosso diferencial é esse, a valorização deles. O foco tem que ser o aluno, tudo deve ser voltado para eles, porque é pelos estudantes que a instituição existe”, afirmou.

Laysa Guidi, de 12 anos, foi uma das que conquistou a medalha de ouro na Obmep. Encantada com os números, a menina decidiu seguir os passos do irmão, Rodrigo Gilles Guidi, já premiado com medalhas de ouro e prata em anos anteriores.

“Eu sempre prestei muita atenção nas aulas e isso é muito importante. Além disso, pegava banco de questões na biblioteca e assistia a aulas online, mas comecei mesmo a estudar um mês antes da prova. Chegava em casa e ficava mais uma hora fazendo exercícios”, contou.

Também com 12 anos, Matheus Peterle Modolo, que cursa o 6º ano, ganhou medalha de prata na olimpíada pela primeira vez. Ele conta que não gostava de matemática, mas, um dia, decidiu pegar um livro de números na biblioteca e se interessou.

“Antes disso, eu detestava matemática. Achava chato e muito difícil. Depois, passei a gostar muito e comprar livros para estudar em casa”, disse.

E foi assim que ele se preparou para a competição. Matheus chegava em casa e mergulhava nos diversos livros que têm. “Eu não tenho só um, não. Tenho vários”, destacou.

Superação
Depois de uma decepção na primeira fase da Olimpíada Brasileira de Física, William Brememkamp, de 16 anos, começou a dedicar horas do dia aos estudos e decidiu vencer. Para conquistar a medalha de bronze na competição de matemática, o estudante se agarrou a um livro de cálculos russos e ganhou base para os exercícios de lógica.

“Eu nunca tinha ganhado uma só medalha de mérito escolar e sempre via meus amigos ganhando. Então, me senti desafiado a ganhar também e resolvi estudar. Eram cinco horas na escola, mais três horas de estudo em casa e outras dezenas de questões do livro de cálculos russos”, contou o menino.

Destaque
A EEEFM Victório Bravim alcançou o primeiro lugar no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), no estado, por quatro anos consecutivos, de 2010 a 2013.

Em 2015, estudantes foram selecionados para a Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA); e, há 11 anos, a instituição tem alunos medalhistas na Obmep. Além disso, estudantes já foram premiados em competições de física, química e português.

Aqueles que recebem medalhas na Obmep ganham o direito a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC), feito por uma rede nacional de professores coordenadores distribuídos por todo o país, em escolas e universidades.

Problemas
Para conquistar as diversas medalhas, os alunos passaram por cima de alguns obstáculos. Os problemas estruturais da instituição persistem há anos e atrapalham o andamento das aulas e complementação de conteúdo.

Existe uma casinha na entrada da escola, onde os alunos do 1º ano do ensino médio matutino têm aulas e o termômetro chega a registrar 45º C em dias de sol. Para a diretora Liane Bravim, é impraticável manter os estudantes dentro do local por horas.

“Essa casinha já está na lista para reforma há muito tempo. Já gastamos R$ 5 mil mexendo nela, mas não tem como continuar. Lá dentro é muito quente, porque o material de que ela é feita não ajuda nem um pouco a refrescar”, falou.

O laboratório de química foi tomada por livros e teve que deixar de existir. Por falta de lugar para montar a biblioteca da instituição, as mesas usadas para fazer experimentos científicos viraram estante e apoio para leitura. Com isso, muitos estudantes perderam o interesse pela área.

“Antes, muitos alunos queriam seguir essa área, participavam da olimpíada de química. Hoje, sem laboratório, é mais difícil despertar o interesse deles, mantendo os estudantes longe da prática, que é o mais encantador para adolescentes”, disse Liane.

A Secretaria do Estado de Educação foi procurada pelo G1, mas ainda não se pronunciou sobre os problemas.

Fonte: G1-ES