POLÍTICA INTERNACIONAL

Eslovenos e croatas protestam contra cerca erguida na fronteira dos dois países.

A manifestação foi realizada nas proximidades de dois pontos de passagem da fronteira.

Em 19/12/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Centenas de eslovenos e croatas participaram hoje (18) de um protesto pedindo a retirada da cerca erguida na fronteira entre os dois países, para impedir a passagem de migrantes. Os manifestantes classificaram a cerca como símbolo “da vergonha” e do “medo”.

"Nada justifica uma barreira no século XXI. Nós protestamos contra a vergonha moral (…), o símbolo do pior da história da Europa”, declarou à agência de notícia AFP, Natalija Gegorinic, livreira numa cidade croata próxima à fronteira, que esteve no protesto com a família.

A manifestação, com cerca de 400 pessoas, foi realizada nas proximidades de dois pontos de passagem da fronteira, em Dragonja (Eslovenia) e Brezovica (Croácia), uma zona rural a leste dos dois países.

Duas fileiras de arame farpado foram colocadas ao longo da fronteira na semana passada. A cerca foi instalada pelas autoridades eslovenas para controlar a passagem dos migrantes e refugiados. Desde novembro, foram instalados cerca de 140 km de arame farpado ao longo dos 670 quilômetros comuns de fronteira entre Croácia e Eslovênia.

Críticos da medida colocaram decorações de Natal e bandeiras nos arames e improvisaram um jogo de vôlei usando a cerca como rede. "Nós nunca tivemos qualquer vedação, vivemos juntos em ambos os lados da fronteira, disse Miro Kocjancic, fazendeiro local.

"Nós, eslovenos, colocamo-nos, nós mesmos, num campo de concentração. Nós estamos espalhando medo entre os cidadãos. É lamentável", disse Luka Juri, um dos organizadores da manifestação.

Confrontados com o fluxo de migrantes e refugiados que fogem da violência e da insegurança econômica, vários países europeus escolheram instalar cercas nas suas fronteiras, incluindo a Eslovenia, Macedônia, Áustria – em menos de quatro quilômetros – e Hungria, que fechou todo o acesso ao seu território para os migrantes em trânsito.

Agência |Lusa