ECONOMIA INTERNACIONAL

Espanha entra em recessão com queda de 18,5% do PIB

A construção civil registrou queda de 24% e a indústria de 18,5%.

Em 31/07/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: AFP/Arquivos

O turismo, um dos pilares da economia espanhola, que representa 12% do PIB do país, foi muito afetado, com um retrocesso de 60% de sua receita na comparação com o segundo trimestre de 2019.

A Espanha entrou em recessão no segundo trimestre, ao registrar uma queda expressiva de 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na comparação com o trimestre anterior devido à pandemia do novo coronavírus, anunciou o Instituto Nacional de Estatísticas (INE).

Após a contração de 5,2% no primeiro trimestre, a quarta maior economia da Eurozona registra dois períodos consecutivos de queda do PIB, a definição técnica de uma recessão.

O segundo trimestre foi marcado pelo confinamento rígido em abril, acentuado por duas semanas de paralisação de todas as atividades não essenciais.

Entre maio e junho, a saída do confinamento aconteceu de maneira progressiva.

Os setores do comércio, transportes e hotelaria foram muito afetados, com uma queda de 40% na comparação com o trimestre anterior.

A construção civil registrou queda de 24% e a indústria de 18,5%.

Turismo

O turismo, um dos pilares da economia espanhola, que representa 12% do PIB do país, foi muito afetado, com um retrocesso de 60% de sua receita na comparação com o segundo trimestre de 2019.

O consumo das famílias caiu 21% na comparação com o trimestre anterior e os investimentos das empresas recuaram 22%, enquanto as exportações retrocederam mais de um terço em relação ao período janeiro-março.

O governo espanhol espera uma contração do PIB de 9,2% este ano. O Banco da Espanha, mais pessimista, prevê queda de 15%.

A Espanha foi um dos países mais afetados da Europa pela pandemia, com mais de 28.400 mortos, de acordo com o balanço oficial.

Mas também será um dos principais beneficiários do plano europeu de estímulo anunciado pela União Europeia em 21 de julho.

O país deve receber, na forma de créditos e subsídios diretos, 140 bilhões de euros (166,245 bilhões de dólares) do total de € 750 bilhões (US$ 890,6 bilhões) do plano europeu.

A ministra da Economia, Nadia Calviño, afirmou que as medidas adotadas pelo governo para apoiar as atividades, incluindo um plano de desemprego temporário, a aprovação do Estado a créditos contraídos pelas empresas ou as ajudas a autônomos, permitiram evitar uma queda de mais de 25% do PIB.

O custo das medidas, destacou, representa “20% do PIB previsto para 2020”.

A pandemia destruiu mais de um milhão de empregos na Espanha no segundo trimestre, principalmente no turismo e setor de serviços.

A taxa de desemprego subiu a 15,3% em junho e o governo calcular que atingirá 19% até o fim do ano.

França registra queda histórica de 13,8% do PIB no 2º trimestre

O Produto Interno Bruto (PIB) da França registrou uma queda histórica de 13,8% no segundo trimestre devido à pandemia de coronavírus, anunciou nesta sexta-feira o Instituo Nacional de Estatísticas e Estudos Econômicos (Insee).

O dado representa uma queda recorde desde o início do cálculo da atividade econômica trimestral.

O instituto revisou a queda do PIB no primeiro trimestre a -5,9%, contra -5,3% anunciado em um primeiro momento.

A queda da atividade no segundo foi, no entanto, inferior ao previsto por analistas e pelo próprio Insee, que projetavam um retrocesso de 17%.

“A evolução negativa do PIB no primeiro semestre de 2020 está relacionada com a interrupção das atividades ‘não essenciais’ no contexto do confinamento em vigor entre meados de março e o início de maio”, afirmou o instituto em um comunicado.

O Insee prevê, no entanto, uma recuperação no terceiro trimestre de +19%.

A queda trimestral mais expressiva do PIB antes da crise do coronavírus havia sido registrada no segundo trimestre de 1968, em consequência da greve geral do mês de maio daquele ano. (AFP)