NEGÓCIOS
Especialistas e produtores discutem produção de pimenta-do-reino no ES.
A pimenta-do-reino, que está presente em mais de 2.500 propriedades rurais capixabas...
Em 06/03/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A pimenta-do-reino, que está presente em mais de 2.500 propriedades rurais capixabas, foi o tema do 1º Workshop Capixaba realizado em São Mateus, no Norte do Estado, na manhã desta sexta-feira (06). O evento teve a presença do governador do Estado, Paulo Hartung, que ressaltou a importância da diversificação da agricultura capixaba para dar mais qualidade e competitividade aos produtores agrícolas do Estado. Estiveram presentes produtores rurais, acadêmicos, representantes de entidades envolvidas no segmento de mercado e produção e de instituições públicas de pesquisa , além de autoridades municipais e estaduais.
A pimenta-do-reino se consolidou como uma opção de diversificação agrícola e de renda para os produtores, sobretudo os pequenos agricultores, conquistando cada vez mais espaço no mercado internacional. Os plantios se concentram no Norte do Estado, tendo como destaque o município de São Mateus, com mais de 5% da área cultivada e da produção.
O preço da pimenta-do-reino tem aumentado nos últimos anos, o que vem atraindo novos produtores. O preço médio do quilo da pimenta comercializada na Ceasa passou de R$ 9,33 em janeiro de 2014 para R$ 19,57 em dezembro do mesmo ano. O crescimento do mercado, da área cultivada e a necessidade de difusão de conhecimento sobre essa cultura motivaram a realização do simpósio, que vai debater também os principais desafios dela.
O Espírito Santo é o segundo maior produtor de pimenta-do-reino do Brasil, respondendo por 15,38% da produção. Em primeiro lugar está o Estado do Pará, que concentra 74,40% da produção nacional. Mais de 80% da área cultivada no Estado é irrigada, fazendo com que a produtividade aqui seja maior quando comparada com a de outros estados. A produção capixaba é de mais de 7 mil toneladas por ano, em uma área total de 3.957 hectares.
A região Norte do Espírito Santo é um polo tradicional de produção de pimenta-do-reino, onde há condições de clima e solo favoráveis ao cultivo. Trata-se de uma planta típica de clima quente e úmido, se desenvolvendo bem em altitudes de até 500 metros, temperatura média entre23ºC e 38ºC e umidade relativa entre 70% e 88%.
Paulo Hartung destacou que o Governo deve valorizar, apoiar e orientar o agricultor capixaba. “São pessoas que trabalham muito, confiam muito e, principalmente, criam muito, o que permitiu avanços significativos de nossa pecuária, agricultura e consolidação de importantes polos de fruticultura”.
O governador ressaltou que a cultura da pimenta-do-reino está em plena ascensão no Estado e este tipo de evento é importante para conhecer ‘cases’ que mostram os desafios enfrentados na plantação da pimenta e quais as soluções adotadas, “pois isso aumenta a sua proteção e produção, uma vez que o Espírito Santo está em um patamar importante no cenário nacional", destacou.
Evento
O 1º Workshop Capixaba de Pimenta-do-Reino - Produção & Mercado é uma realização da Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (COOPBAC), em parceria com o Sistema OCB/ES
História
A pimenta-do-reino, também conhecida como pimenta-da-Índia, é uma planta trepadeira, originária da Índia, sendo a mais comum e mais importante das especiarias. Durante os séculos XV e XVI ela motivou viagens entre a Europa e a Ásia para sua importação pelos europeus. Em Roma, chegou a ser empregada em certas ocasiões como dinheiro (moeda). O comércio da pimenta entre Malabar e as civilizações do Mediterrâneo foi citado por Theophrastus, em 372-287 a.C. Na era cristã, no século XVI, o comércio foi estendido a alguns países da Europa.
A exploração econômica no Brasil só veio a ocorrer a partir de 1933, quando imigrantes japoneses, que se destinavam ao Pará, trouxeram algumas mudas da cultivar Cingapura (Kuching) e as plantaram em Tomé-açu. As poucas mudas introduzidas foram sendo multiplicadas e, a partir de 1955, com o uso de adubações pesadas, tutores mortos e outras tecnologias, a cultura proporcionou um incremento rápido na produção brasileira.
No Espírito Santo, a cultivar Cingapura, ao que parece, foi introduzida primeiramente em Linhares, com mudas originarias do Pará e, posteriormente, novas introduções foram efetuadas a partir do Estado da Bahia. Conhecida também como o ouro negro, é a cultura de maior destaque no município de São Mateus, o maior produtor estadual.
Fonte:Secom ES