ECONOMIA NACIONAL
Espírito Santo e Rio terão a maior província portuária da América Latina.
Previsão é que as obras se iniciem no primeiro trimestre do próximo ano.
Em 06/07/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A audiência pública para debater os detalhes da Ferrovia EF 118, que vai ligar o Espírito Santo ao Rio de Janeiro, foi pautada por discurso otimista na manhã desta sexta-feira (3), por parte da senadora Rose de Freitas (PMDB); do subsecretário de Transportes do Rio, Delmo Manuel Pinho; do ministro dos Transportes, Antônio Carlos Rodrigues; e outras autoridades.
O subsecretário, aliás, ressaltou que o projeto de construção da linha férrea formará a maior província portuária da América Latina, além de ser interligado à malha concedida à MRS logística, no município de Nova Iguaçu, no Rio; e à estrada de ferro Vitória-Minas, concedida à Vale, em Cariacica.
O evento aconteceu na Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), que teve seu auditório lotado de participantes interessados em discutir a obra.
"Estamos falando de um tesouro que temos nas mãos. Será a maior província portuária e logística da América Latina, que vai passar por 11 portos. Vamos agora desenvolver um estudo para apresentar nosso modelo de concessão, se o ministro autorizar (autorizou em seguida). Queremos saber, por exemplo, quanto a carga transportada pela ferrovia consegue pagar o projeto (de R$ 7,8 bilhões)", explicou o subsecretário do Rio.
A senadora Rose de Freitas enfatizou a importância da audiência para o andamento da obra. "Apenas desta forma (com debate) conseguimos fazer com que um projeto seja concretizado", iniciou.
"Estamos em momento de crise no País. Porém, como coordenadora da bancada, digo que se continuarmos a enfrentar os desafios, em parceria com os ministros, chegaremos a uma solução. Temos de estar otimistas e unidos para superar dificuldades", afirmou.
Já o ministro dos transportes fez questão de assegurar que a "EF 118 é uma obra que vai sair do papel". E informou que a licitação da ferrovia está prevista para o primeiro trimestre de 2015.
Ferrovia
O ramal ferroviário vai fazer a ligação do porto do Rio de Janeiro ao porto de Vitória e Tubarão, passando pelos terminais privados de Espírito Santo e do estado do Rio. A obra do trecho ferroviário tem 572 quilômetros de extensão e investimento estimado de R$ 7,8 bilhões.
O traçado referencial atravessa 25 municípios, de modo que 10 são capixabas. A ferrovia foi concebida em bitola larga e mista, um modelo moderno, com rampa máxima de 1% em ambos os sentidos.
Significa, segundo a ANTT, um traçado que evita conflitos ambientais e minimiza conflitos socioeconômicos.
A ferrovia EF-118 está planejada para ir além do transporte de minério e grãos específicos. Vai contemplar também produtos de alto valor agregado, como aço, calcário, granito, mármore, contêineres, ferro-gusa, alimentos em conserva, carnes, madeira, celulose, veículos e cargas industrializadas diversas.
Haverá novas oportunidades também na ligação entre a EF-118 e a Estrada de Ferro Vitória Minas, que movimenta, por ano, cerca de 115 milhões de toneladas de minério de ferro e 25 milhões de toneladas de carga geral.
Os 11 portos
Portocel; Tubarão; Complexo de Vitória; Ubu; Central; Açu; Barra do Furado; Imbetiba (Macaé); Forno (Arraial do Cabo); Rio; e Itaguaí.
Os 25 municípios cortados pela ferrovia
- No Rio de Janeiro: Nova Iguaçu, Duque de Caxias, Magé, Itaboraí, Guapimirim, Tanguá, Rio Bonito, Silva Jardim, Casimiro de Abreu, Macaé, Carapebus, Quissamã, Campos dos Goytacazes, São João da Barra e São Francisco de Itabapoana.
- No Espírito Santo: Presidente Kennedy, Itapemirim, Rio Novo do Sul, Piúma, Iconha, Anchieta, Guarapari, Vila Velha, Viana e Cariacica.