SAÚDE
Espírito Santo está preparado para enfrentar casos de ebola.
O Estado já está fazendo os trabalhos de vigilância, orientados pela Anvisa.
Em 10/10/2014 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Após a descoberta do primeiro caso suspeito de ebola no País, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) informou que o Espírito Santo está preparado para enfrentar um eventual caso da doença.
De acordo com o coordenador do Centro de Emergências em Saúde Pública da Secretaria de Estado da Saúde, Gilton Luiz Almada, o Estado já está fazendo os trabalhos de vigilância, orientados pela Anvisa. "O vírus sempre existiu, por isso temos o trabalho de fazer a vigilância aqui no Estado, orientando as pessoas que apresentarem algum sintoma sobre os cuidados que devem ser tomados. A Anvisa está fazendo um trabalho de vigilância em todo o País, em parceria com os portos e aeroportos", disse.
Sobre as possíveis “barreiras” no aeroporto de Vitória e no Porto, Gilton afirma que os procedimentos são os mesmos adotados em outros estados. "Aqui no Estado, a estratégia é a mesma em todo o País. Não temos condições de garantir que o vírus não vá chegar ao Espírito Santo, mas é lógico que existe todo um trabalho de conscientização. Se a pessoa esteve na África, nos países mais críticos como Serra Leoa e Guiné, e apresentou os sintomas, ela será orientada sobre quais cuidados deve tomar, será isolada, e iniciaremos o tratamento", afirmou.
Ainda de acordo com o coordenador, equipes de saúde já foram treinadas e um hospital está de prontidão para atender pacientes que possam apresentar sintomas de ebola. “Se identificarmos um caso suspeito, o paciente será isolado, será encaminhado ao hospital Jayme Santos Neves, na Serra, que está preparado para isso. Depois, o paciente será transferido para o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), da Fiocruz. O objetivo é impedir a disseminação do vírus”, explica.
Epidemia
O caso de suspeita de ebola foi comunicado no final da noite desta quinta-feira (09), pela secretaria Estadual do Paraná ao Ministério da Saúde. Informações preliminares indicam que o paciente veio de Conacre, capital da Guiné.
O paciente foi encaminhado para um hospital de referência e material foi coletado para fazer o exames. As amostras foram enviadas para o Instituto Evandro Chagas, onde será feita a análise para confirmar se o paciente é ou não portador da doença.
O mundo vive hoje a pior epidemia de ebola da história. Foram registrados 8.011 casos na Guiné, Libéria e Serra Leoa, com 3.857 mortes, de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde. Nigéria, Senegal e Estados Unidos e Espanha apresentaram transmissões localizadas. Juntos, foram contabilizados nestes países 21 pacientes com a doença e 8 mortes.
Transmitida por um vírus, a doença é fatal em cerca 65% dos casos. A infecção ocorre através do contato com sangue, fluidos corporais da pessoa infectada ou do animal doente, como macacos, capivaras e porcos-espinhos. Ao contrário de outras doenças, no entanto, a transmissão ocorre quando o paciente já apresenta os sintomas da infecção. Os principais são febre, fraqueza, dores abdominais, vômito e hemorragias. A incubação - período entre o contágio e a manifestação dos primeiros sintomas - pode variar entre 2 a 21 dias. Não há remédio específico para o ebola.
Em agosto, o Centro de Operações de Emergência em Saúde do Governo Federal acionou o nível dois de emergência, o penúltimo na escala de gravidade, que permite o deslocamento de equipes federais para regiões com suspeita da doença no País sem a necessidade de autorização dos governos locais.
Desde que a Organização Mundial de Saúde decretou emergência, o Brasil adotou um conjunto de medidas para prevenir a transmissão e permitir a rápida identificação de um caso suspeito da doença, com isolamento e tratamento.
O grupo Executivo Interministerial para Emergências em Saúde Pública foi convocado, videoconferências semanais com todos os Estados são realizadas, simulações foram feitas em hospitais de referência e em aeroportos. De acordo com o plano traçado, casos suspeitos devem ser encaminhados para hospitais de referência. Esses hospitais, no entanto, fazem apenas a primeira triagem. Casos confirmados, de acordo com a estratégia, devem ser enviados para dois hospitais: Instituto Nacional de Infectologia, no Rio e Hospital Emílio Ribas, onde os pacientes ficam internados. O teste de diagnóstico para comprovação da infecção é feito no Instituto Evandro Chagas.
Fonte: Sesa