NEGÓCIOS

Espírito Santo tem mais de 206 mil mulheres empreendedoras

Pesquisa revela que 87,88% mulheres trabalham por conta própria e são, em maioria, negras.

Em 10/03/2025 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

Foto: Divulgação/Sebrae-ES

Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad/ IBGE), referentes ao último trimestre de 2024, mostram que mais de 206 mil mulheres empreendem no Espírito Santo.


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Fortalecer a participação das mulheres na economia e reconhecer a força feminina, independentemente de datas comemorativas, é um dos objetivos do Serviço de Apoio à Micro e Pequena Empresa do Espírito Santo (Sebrae/ES). Para isso, a instituição investe continuamente em uma série de iniciativas voltadas a impulsionar o empreendedorismo feminino. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad/ IBGE), referentes ao último trimestre de 2024, mostram que mais de 206 mil mulheres empreendem no Espírito Santo.

>> Mercado Municipal de Cariacica foi inaugurado nesta segunda (10)

Para elas, que fazem parte dos 33,86% do total de empreendedores do estado, são oferecidos cursos exclusivos, linhas de crédito especiais, além de projetos voltados a incentivar abertura e suporte a empresas comandadas por mulheres, como é o caso da Comunidade Sebrae Delas.

A Pnad revela ainda que, do total de empreendedoras no estado, 87,88% trabalham por conta própria e 12,12% são empregadoras. As donas de negócio capixabas são, em maioria, negras, com uma parcela de 116,51 mil do total, seguidas por 88,45 mil identificadas como brancas e 1,92 mil identificadas como de outras raças.

Quanto à faixa etária, 55 mil têm de 35 a 44 anos, 53 mil têm de 25 a 34 anos, 43 mil têm de 45 a 54 anos, 28 mil têm de 55 a 64 anos, 17 mil têm até 24 anos e 12 mil têm mais de 65 anos.  

Os principais ramos de negócios nos quais essas mulheres atuam são os setores de Serviços (57,21%), de Comércio (23,11%), da Indústria (10,14%) e da Agropecuária (8,79%).

A gestora do Sebrae Delas no Espírito Santo, Suzana Fernandes, destaca que avanços culturais em relação à diversidade impulsionam mulheres que buscam no empreendedorismo. 

“Os avanços culturais em relação à diversidade e ao combate ao machismo, somados ao movimento de empoderamento das mulheres, ainda que incipientes, também impulsionam mulheres que buscam no empreendedorismo uma forma de alcançar independência e de realizar projetos alinhados com os seus valores e objetivos pessoais.”

Resiliência

Um exemplo de resistência e resiliência, a história de Dilma Silva com o Espírito Santo começou há 15 anos. Carioca, ela iniciava ali uma jornada com o propósito de mudança.

“Estava saindo de um casamento e me encorajando a ser mãe solo dos meus filhos Lucas e Lara.”

 Nesse percurso, Dilma, mulher preta, de 55 anos, se deparou com dificuldades com as quais grande parte das mulheres esbarra no seu dia a dia.


Os produtos criados por Dilma Silva são comercializados tanto na loja online quanto em feiras e eventos locais. Foto: Divulgação/Sebrae-ES

“Preconceito e desvalorização foram algumas, mas a minha determinação, aliada à minha fé, à necessidade financeira e a uma rede de apoio verdadeira que esteve comigo ao longo do caminho me fizeram alcançar um sonho.”

Com a venda de açaí, Dilma alcançou os recursos financeiros necessários para conquistar a tão sonhada casa própria.

“Esse foi um dos sonhos conquistados. Ter um filho biólogo hoje, formado pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e uma filha empreendedora trabalhando comigo, também.”

Os produtos criados por Dilma são comercializados tanto na loja online quanto em feiras e eventos locais. Atualmente, ela também tem engajamento com as mulheres da Economia Solidária do ES, que reúne um conjunto de atividades econômicas voltadas à geração de renda e à inclusão social.

Volta às raízes

Bacharel em Estatística e mestre em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Espírito Santo, Lucia Helena Sagrillo Pimassoni, de 55 anos, viu, em 2020, no auge da pandemia de covid, um novo caminho se abrir à sua frente.


Lucia Helena Sagrillo Pimassoni, de 55 anos, criou o Florada Café, em Ibiraçu/ES. Foto: Divulgação/Sebrae-ES

Natural de Aracruz, foi em sua terra natal que ela teve a ideia de criar um empreendimento que mudaria completamente a sua vida. Ela, que é professora do curso de Medicina da Escola Superior de Ciências da Santa Casa de Misericórdia de Vitória (Emescam), é também proprietária do Florada Café. Localizada em Ibiraçu, a cafeteria rural oferece uma experiência sensorial aos seus clientes.

“Na pandemia, eu e meu marido assumimos uma casinha que foi construída anos atrás pelo meu pai em Ibiraçu. Comecei a cuidar do espaço e a plantar árvores frutíferas nativas da Mata Atlântica com a ideia de revitalizá-lo e ser o nosso local de lazer e descanso nos finais de semana.”

O desejo de desfrutar do local nos períodos de descanso se encontrou com a possibilidade de montar uma cafeteria.

“Pensei que poderia criar um negócio onde as pessoas pudessem estar rodeadas de natureza e onde se reunissem para conversar e desfrutar de um ambiente rural. Seria uma possibilidade de viver novamente na roça, pois nunca esqueci as minhas raízes. Como fico na zona rural, pensei em fazer uma plantação de girassóis para atrair as pessoas.”

Assim nascia o Florada Café, que oferece o chamado "Banho de Floresta". Originada no Japão, a prática terapêutica consiste em passar momentos em ambientes naturais como alternativa para aliviar o estresse e aproximar as pessoas da natureza. Instalado em uma área de 30 mil metros quadrados cercada por um cafezal, o local funciona aos sábados e domingos a partir das 15 horas.

Pipocas gourmet

Moradora de Serra, a enfermeira Jaqueline Carvalho sempre teve vontade de investir no empreendedorismo. No meu coração havia o desejo de empreender, porém faltava coragem.

Em 2022, ela teve a inspiração de investir no mercado infantil e na venda de pipocas gourmet, ainda de maneira informal. Inicialmente, as vendas eram feitas para colegas do hospital onde ela trabalhava e para os vizinhos do condomínio onde residia.

“Também fazia lembrancinhas de aniversário para os filhos de amigos mais próximos. Era um dinheiro que eu utilizava para os meus cuidados pessoais, que não estavam cabendo no meu orçamento mensal, obtido com o meu salário formal, que por sua vez era empregado nas despesas de casa.”

Dois anos depois, em 2024, Jaqueline foi desligada da instituição hospitalar onde trabalhava e, apesar das incertezas naturais trazidas pelo desemprego, ela pode enfim mergulhar de cabeça no seu sonho.

Jaqueline conta que além de alugar a loja, ela montou uma minicozinha e investiu em cursos para impulsionar o engajamento e a visibilidade nas redes sociais.

Foi assim que surgiu a Caramelo Pipoca Gourmet, que trabalha de forma 100% artesanal produzindo encomendas para festas e eventos a partir de produtos de primeira qualidade. (Por Marta Moreira/AsImp)

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