EDUCAÇÃO
Estudantes e professores da Ufes protestam contra corte de verba.
Grupo ocupou reitoria para cobrar resposta do reitor da unidade.
Em 27/03/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os cortes de verba promovidos pelo governo federal na educação já estão sendo sentidos por professores, estudantes e técnicos-administrativos da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Revoltados com a situação, eles ocuparam a reitoria, na tarde desta quinta-feira (26), para cobrar um posicionamento do reitor sobre o assunto. Em resposta, Reinaldo Centoducatte negou os problemas e afirmou que serviços essenciais estão mantidos mesmo após o corte no orçamento.
Segundo os manifestantes, a comunidade acadêmica vem sofrendo com a recusa no financiamento e assistência para alunos participarem de congressos nacionais até atrasos no pagamento de bolsas e na assistência estudantil.
O diretor do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Vinícius Fernandes, pontuou alguns dos problemas enfrentados. “Solicitação de auxílio financeiro para participar de congresso e de ônibus para fazer viagem de campo é difícil. Há precarização dos serviços de limpeza e de manutenção dos equipamentos”, contou.
Bolsas
A estudante de nutrição Sofia Rosa, de 22 anos, disse que os problemas se estendem ao campus de Maruípe. “A maioria dos projetos que tem vínculo com as agências de fomento nacionais teve um atraso muito grande. Já a bolsa da assistência estudantil, que deveria ser disponibilizada desde o início do ano, só vamos conseguir receber no final de abril”, observou.
Outro problema que afeta o campus é o corte de verbas para a finalização da Clínica Escola, que atenderia os cursos mais recentes da área de saúde para que os alunos pudessem realizar estágios. A demanda é antiga, desde 2010, segundo a estudante. Em 2012, os universitários conseguiram uma resposta positiva da reitoria, mas com os cortes no orçamento a obra prometida para este ano será novamente adiada.
Terceirizados
O diretor da Associação dos Docentes da Ufes (Adufes), Rafael Vieira, relatou o atraso em contratos de empresas terceirizadas na universidade. “Com o corte de verbas, esse processo de terceirização dos serviços tem passado por um contingenciamento. Há contratos em atraso, outros não têm sido renovados. Uma série de serviços que a Universidade precisa para se manter”, afirma.
O que tem causado a insatisfação da comunidade acadêmica é a afirmação da Reitoria de que os serviços não têm sido afetados e o fato de a administração não detalhar a dimensão dos cortes e os reflexos no dia a dia da Ufes.
Outro lado
O reitor da Ufes, Reinaldo Centoducatte, explicou as instituições de ensino têm lutado para que não sofram com os impactos do corte de orçamento para 2015. Segundo ele, todos os serviços necessários e essenciais para o funcionamento da universidade não estão prejudicados. “As contas dos contratos de serviços, que foram apropriados, estão sendo pagos com o orçamento de 2014”, disse.
Uma comissão formada desde o final de 2014 trabalha no sentido de readequar as despesas, como a revisão nos contratos com empresas terceirizadas. ”Caso tenha o corte, estamos nos prevenindo”, completou.
Em relação às reclamações dos estudantes, Centoducatte garantiu não haver cortes em bolsas ou em ações do programa de assistência estudantil.
De acordo com a administração da Ufes, as contas de água, energia e telefones estão em dia, assim como a manutenção de equipamentos. Já a gráfica universitária passa neste momento por processo de licitação. Sobre a participação de alunos, professores e servidores em eventos, só é aprovada quando obedece aos critérios de prioridade institucional e se estiverem de acordo com a legislação.
Fonte: G1-Espírito Santo