EDUCAÇÃO
Estudantes protestam na Itália contra políticas para a educação
A esses pedidos se somaram as críticas contra as políticas migratórias do governo.
Em 14/10/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Milhares de estudantes protestaram nesta sexta-feira em mais de 50 cidades da Itália contra os cortes do governo da coligação entre o Movimento Cinco Estrelas (M5S) e a Liga (antiga Liga Norte) em matéria de educação e para pedir mais bolsas de estudos para a formação.
Os estudantes de ensino médio e superior saíram às ruas de cidades como Roma, Turim, Nápoles e Bari para reivindicar mais propostas concretas que fomentem o investimento em educação e reduzam os cortes de gastos.
A esses pedidos se somaram as críticas contra as políticas migratórias do governo, que mantém fechados os portos do país para embarcações com imigrantes resgatados a bordo.
Em algumas cidades houve momentos de tensão como em Turim, onde centenas de estudantes protestaram no centro histórico e queimaram bonecos que representavam integrantes do governo, como Luigi Di Maio e Matteo Salvini, líderes do M5S e da Liga, respectivamente.
Também em Roma, 50 mil pessoas, segundo os organizadores, usaram fogos de artifício e percorreram as ruas principais para rejeitar diante do edifício do Ministério da Educação os controles que o governo quer impor nas escolas e universidades.
Os estudantes romanos pediram que, ao invés de investir em câmeras de segurança e controles para garantir a ordem, esse dinheiro seja destinado a ajudas que facilitem o acesso à universidade aos estudantes com poucos recursos.
Em Nápoles, houve outra concentração em favor de uma reforma educativa na qual participaram cerca de 500 pessoas.
Os protestos se sucederam em outras cidades como Monza, na região de Lombardia (norte), Bari, em Apúlia (sul), e Palermo e Catania, na Sicília (sul).
O vice-primeiro-ministro e ministro do Interior, Matteo Salvini, criticou a queima de imagens e figuras com seu rosto e disse que essas ações "dão asco".
"Depois é a Liga quem semeia o ódio... Estes estudantes 'democratas', mimados pelos centros sociais e alguns professores, precisam de muitas horas de educação cívica. Talvez entenderiam que queimar figuras de Salvini nas praças, ou de qualquer outra pessoa, ou pendurar imagens em postes de luz é uma coisa asquerosa", escreveu o político nas redes sociais.
O outro vice-premiê e ministro de Desenvolvimento Econômico, Luigi Di Maio, se mostrou mais aberto ao diálogo ao assinalar que o governo está disposto a se reunir com os coletivos de estudantes para conversar sobre suas reivindicações.
"As manifestações devem ocorrer e seguir em frente. Fui representante dos estudantes durante cinco anos, sei bem qual é o valor de uma pressão social pacífica. Não é verdade que estejamos fazendo cortes em educação, vamos dialogar", declarou Di Maio aos veículos de imprensa.