CIDADANIA

Estudo do IPEA aborda tendências do Brasil no contexto mundial até 2030.

Obra oferece contribuição para debate de longo prazo para o Brasil no contexto mundial.

Em 15/10/2015 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) lançou nesta quarta-feira (14) o livro “Megatendências Mundiais 2030: o que as entidades e personalidades internacionais pensam sobre o futuro do mundo?”, obra  organizada pela coordenadora da Assessoria de Gestão Estratégica, Informação e Documentação do Ipea, Elaine Coutinho Marcial. O trabalho tem por objetivo auxiliar o País dentro de uma análise do contexto mundial para os próximos anos nas áreas de população, geopolítica, ciência e tecnologia, economia e meio ambiente. 

“O objetivo é levar a proposta aos tomadores de decisão, às organizações para tomadas de decisão e, principalmente, ao Estado brasileiro”, disse Elaine. Entre as referências do estudo estão o ex-senador e ex-vice-presidente dos Estados Unidos e ativista ecológico, Al Gore, e o sociólogo polonês, Zygmunt Bauman, cuja obra aborda a transição das sociedades do mundo moderno para o mundo pós-moderno.

“Muitos dos problemas que enfrentamos hoje é porque no passado não olhamos para o futuro no longo prazo. Ou não nos preparemos para evitar que ocorressem ou para que estivéssemos mais bem preparados para essa ocorrência”, disse Elaine.

A obra está disponível no site do Ipea. Na questão ambiental, por exemplo, o livro destaca que o modelo econômico vigente, associado ao comportamento de cidadãos e de países, é agressivo ao meio ambiente, provoca poluição do ar, desmatamento, perdas ecossistêmicas nos meios marinho e de costa, enfim, degradação, de forma geral. Para os autores das análises, se não houver rupturas nos padrões de consumo e diminuição na geração de resíduos, haverá escassez de recursos naturais nos próximos anos.

O estudo mostra ainda que, em decorrência da taxa de natalidade decrescente e do aumento da expectativa de vida, observa-se a tendência de envelhecimento populacional, sobretudo na Ásia, nos países do Leste Europeu e nos países do Sul da Europa, com efeito potencialmente negativo sobre o crescimento econômico, em virtude da diminuição da população em idade ativa. Esse envelhecimento pressiona os serviços de saúde e previdência social.

“Estamos em um momento de grandes mudanças. E as grandes mudanças, às vezes, nos deixam um pouco incomodados e inseguros em relação a esse processo. É, na verdade, um momento de grandes oportunidades, mas, com boas informações, conseguimos fazer boas escolhas e, com isso, construir o país que tanto almejamos”, afirmou Elaine.

Durante o lançamento da obra, foi anunciada a criação da Plataforma Brasil 2100, um espaço de diálogo permanente entre a sociedade civil e o Estado, para construção de cenários levando em consideração quatro dimensões:  social, econômica, territorial e político-institucional. A plataforma deve ser lançada ainda neste ano.

“Ainda esperamos muito por governos, que são fundamentais. O Estado também é fundamental, mas a sociedade precisa tomar a dianteira de algumas discussões, e não esperar que os dirigentes que estão sendo cobrados para gerar resultado de curto prazo tomem a inciativa de mais longo prazo”, disse o presidente da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Planejamento e Orçamento (Assecor), Marcio Gimene.

Fonte: Agência Brasil