NEGÓCIOS
EUA vão excluir Brasil da taxa do aço, diz autoridade do comércio
Trump já tinha excluído da cobrança o Canadá e o México.
Em 22/03/2018 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Os Estados Unidos decidiram excluir o Brasil das taxações sobre o aço e o alumínio, informou nesta quinta-feira (22) o representante de Comércio, Roberto Lighthizer. Segundo ele, a União Europeia, Coreia do Sul, Argentina e Austrália também ficarão de fora da cobrança.
Ao falar ante o Congresso, Lighthizer afirmou que as isenções se aplicam "aos parceiros do Tratado de Livre Comércio da América do Norte (México e Canadá). Também à União Europeia. Temos ainda Austrália, Argentina e Brasil, e evidentemente a Coreia do Sul".
Durante o anúncio da medida, Trump já tinha excluído da cobrança o Canadá e o México e informado que poderia incluir outros países na lista de exceções.
Se a decisão de retirar o Brasil e os demais países concretizar, os Estados Unidos vão deixar de fora os principais exportadores de aço para os Estados Unidos (veja infográfico abaixo).
Apenas Canadá, Brasil, Coreia do Sul, México e Alemanha somam mais de 70% das importações de aço pelos EUA em 2017, de acordo com dados do departamento de Comércio americano.
No início do mês, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a criação de novas taxas para a importação do aço e do alumínio. Serão cobrados 25% a mais para o aço e 10% a mais para o alumínio. A medida entrará em vigor nesta sexta (23).
Na véspera, Lighthizer já havia afirmado que os EUA deveriam iniciar conversas com o Brasil em breve sobre possível isenção das sobretaxas.
O presidente Michel Temer chegou a dizer em discurso na véspera que os EUA iriam suspender a sobretaxa do aço para o Brasil. Mas, à noite, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic), ressalvou em comunicado que não havia uma decisão oficial sobre isso.
O Mdic divulgou nota na qual informou que o governo Trump "avalia" a não aplicação das sobretaxas ao Brasil e que gesto podia ser interpretado como um" sinal positivo por parte governo norte-americano no sentido de evitar a imposição de sobretaxas".
"O governo brasileiro tem feito diversas gestões com os Estados Unidos, a fim de demonstrar que as suas exportações de aço e alumínio para aquele mercado não representam risco à segurança nacional daquele país. O ministro reforça que espera um desfecho positivo, no qual o Brasil não seja indevidamente atingido por restrições comerciais", destacou o MDIC, em nota.
( Foto: REUTERS/Lee Jae-Won/File Photo)