ECONOMIA INTERNACIONAL
Ex-ministro russo é declarado culpado por receber propina
O veredicto provou o recebimento desta propina ao presidente da Rosneft.
Em 15/12/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
Um tribunal de Moscou declarou hoje (15) o ex-ministro da Economia da Rússia, Alexey Ulyukaev, culpado por receber propina de US$ 2 milhões da Rosneft, a maior petrolífera do país.
"O tribunal estabeleceu que Ulyukaev cometeu o crime contemplado no ponto 6 do artigo 290 do Código Penal da Rússia, ou seja, recebeu propina no exercício de um cargo público", afirma a sentença da juíza Larisa Semiunova.
O veredicto provou que o ex-ministro exigiu, em outubro de 2016, o recebimento desta propina ao presidente da Rosneft, Igor Sechin.
"No dia 15 de outubro de 2016, se encontrando no estado de Goa, Índia, o ministro de Economia Uliukayev, se aproveitando da hierarquia do seu cargo, exigiu de Igor Sechin um suborno", esclareceu a sentença.
Segundo a Promotoria, no dia 14 de novembro de 2016 Sechin e Uliukayev tiveram uma conversa por telefone quando o então ministro de Economia reiterou sua intenção de aceitar um suborno e concordou em ir aos escritórios da Rosneft com esse objetivo.
Uma vez no local, segundo a versão dos promotores, Uliukayev recebeu de Sechin um mala com a soma estipulada e foi detido por agentes do FSB (antiga KGB), que supervisionaram toda a operação.
Crime de corrupção
O ex-ministro de Economia - o primeiro ministro federal declarado culpado por um crime de corrupção na história pós-soviética da Rússia - acusou Sechin de ter orquestrado o suposto pagamento de um suborno, embora tenha dito desconhecer os motivos do presidente da Rosneft.
"Foi uma provocação e o responsável é conhecido", disse ao chegar ao tribunal. A Promotoria pediu uma pena de dez anos de prisão para o ex-ministro.
O tribunal declarou a culpabilidade de Uliukayev, apesar de Sechin - principal testemunha do caso e quem fez de fato a denúncia contra o ex-ministro - não ter comparecido para prestar depoimento, mesmo depois de quatro citações judiciais.