POLÍTICA INTERNACIONAL

Ex-prefeito de Caracas volta para prisão domiciliar, diz mulher

ELedezma havia sido levado de casa após Constituinte de domingo.

Em 04/08/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O ex-prefeito de Caracas Antonio Ledezma, de 62 anos, voltou para prisão domiciliar nesta sexta-feira (4), de acordo com uma mensagem publicada pela mulher dele no Twitter. Na madrugada de terça (1º), ele e Leopoldo López, que já cumpriam prisão domiciliar, foram levados para cadeia pelo Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) da Venezuela.

Em mensagem publicada, a mulher Mitzy Capriles afirmou: "Informo ao país que há poucos minutos surpreendentemente o Sebin trouxe Antonio para nossa residência. Voltou para prisão domiciliar", diz a mensagem.

Segundo relato da mulher, ele disse ao entrar no apartamento “retorna com a angústia de saber que Leopoldo [López] e outros 600 presos políticos seguem atrás das grades”.

Após a prisão, a Justiça alegou que os oposicionistas do governo de Nicolás Maduro planejavam fugir. O governo afirmou que eles haviam descumprido as regras da prisão domiciliar.

A União Europeia condenou as detenções e Brasil exigiu a libertação imediata dos opositores. O chefe do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos, Zeid Ra'ad al-Hussein, demonstrou preocupação com as prisões e fez um apelo para que as autoridades não recorram ao uso da força excessiva.

Os dois líderes tinham feito apelos para que as pessoas não votassem no domingo (30) na polêmica eleição Assembleia Constituinte, convocada por Maduro, mas rejeitada pela oposição e por vários países.

Protesto

A oposição convocou um protesto nesta sexta, quando tomam posse os 545 deputados da Assembleia Constituinte. Com a indefinição da data da posse, o protesto foi adiado.

Nesta sexta, o Vaticano pediu que "se evite ou se suspenda" a Assembleia Constituinte, de acordo com a France Presse.

Manipulação

A Smartmatic, empresa responsável pelo sistema eleitoral na Venezuela, afirmou na quarta-feira (2) que o número de eleitores que participaram da votação que elegeu a Assembleia Constituinte foi manipulado. O governo anunciou a participação de pelo menos um milhão a mais de votantes no pleito.

A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, informou na noite de quarta-feira (2) que abriu uma investigação sobre a denúncia de fraude. Na quinta-feira (3), o Ministério Público da Venezuela pediu a um tribunal de controle a anulação da Assembleia Constituinte.

(Foto: Evaristo Sa / AFP)