CIDADE
Famílias abrigadas em escola de Vila Velha, ES, temem início das aulas.
Ano letivo começa na segunda (15) e famílias não sabem para onde vão.
Em 12/02/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
A proximidade do início do ano letivo tem preocupado as famílias que estão alojadas em uma escola de Vila Velha, no Espírito Santo. Elas tiveram que deixar as casas após uma pedra rolar no Morro da Boa Vista, em janeiro deste ano. De acordo com as vítimas, a prefeitura ainda não informou para onde elas vão quando as aulas começarem. A prefeitura, por sua vez, disse que pretende desativar o abrigo até a próxima semana.
A pedra rolou após um deslizamento de terra, no dia 1º de janeiro. Muitas casas foram total ou parcialmente destruídas e famílias tiveram que deixar o Morro por risco de novos deslizamentos.
Ao todo, 57 famílias ficaram abrigadas em uma escola do bairro. Alguns voltaram para casa, outros se abrigaram na casa de parentes, e atualmente oito famílias ocupam o espaço improvisado pela prefeitura.
A preocupação dessas pessoas é que o ano letivo começa nesta segunda-feira (15), e eles ainda não sabem para onde vão depois que a escola for ocupada pelos alunos.
A dona de casa Maria da Consolação é uma das pessoas que ainda está alojada na escola. Para ela, o mais difícil é não poder por em prática as atividades comuns do dia a dia, como preparar o próprio almoço ou lavar as roupas.
“A comida vem lá de Xuri, e a comida que vem de lá é horrível, ruim pra caramba. Tem que encher a bolsa de roupa e ir lá para cima lavar. E estamos dormindo em um colchonete”, disse.
Segundo ela, a prefeitura iria depositar o dinheiro do aluguel social nesta quinta-feira (11), mas o dinheiro ainda não caiu na conta.“Falaram que ia depositar na quinta-feira depois do carnaval, mas o dinheiro não entrou até agora”, disse.
A situação de Maike Pereira é diferente. Ele já recebeu o dinheiro do aluguel social, mas a casa que escolheu para morar também fica no Morro da Boa Vista, e ela precisa de uma liberação da Defesa Civil para fazer a mudança.
“Como teve o carnaval, estavam em recesso, eu tive que esperar. Entrei em contato ontem (11) e falaram que ia vir uma equipe para vistoriar a casa, mas não vieram e agora estou esperando”, disse Maike.
Ele tem medo de que a resposta do órgão demore e ele perca a casa que encontrou, pois os valores dos alugueis aumentaram depois da tragédia. E, segundo ele, não foi fácil encontrar uma casa no valor do benefício oferecido pela prefeitura, que é de R$550.
Enquanto isso ele continua na sala emprestada por uma igreja. Apesar de ter sido bem recebido, ele não vê a hora de ter um lugar para chamar de seu. “Tenho um sonho de ter meu próprio cantinho, viver sossegado”, falou.
Prefeitura
A prefeitura informou que a Defesa Civil vai fazer a vistoria ainda hoje. A prefeitura também disse que está trabalhando pra desativar o abrigo até a próxima semana e que os alunos da escola vão ter as aulas repostas caso o abrigo ainda esteja funcionando. Sobre o aluguel social, a prefeitura disse que vai depositar o dinheiro ainda nesta sexta-feira (12).
Fonte: G1-ES