POLÍTICA NACIONAL
Fiesp entrega propostas a Temer para recuperar economia sem aumentar impostos.
Skaf disse que o eventual governo Michel deverá priorizar a recuperação da produção das empresas.
Em 03/05/2016 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, entregou hoje (3) ao vice-presidente Michel Temer um conjunto de propostas, elaboradas a partir de estudos do setor, com medidas para recuperação da economia do país e fortalecimento da produção, sem aumento da carga tributária.
Skaf disse que o eventual governo Michel Temer, caso o Senado aprove a admissibilidade do pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, deverá priorizar a recuperação da produção das empresas e o corte de gastos. Após encontro com o vice-presidente, Skaf disse que o Brasil não aguenta mais elevação de impostos e que qualquer tentativa de recriação da CPMF terá oposição do setor industrial.
“Temos caminhos sim [para recuperar a economia] sem aumento de imposto. São caminhos mais trabalhosos, mas mais saudáveis para o Brasil. Diante desse cenário [de crise], a única coisa que não se pode pensar em fazer é aumentar impostos em um país que já tem impostos muito altos e com um retorno ruim. Isso está sendo visto com muita atenção. Fizemos um estudo e é possível se ajustar o orçamento no sentido de reduzir gastos e não trabalhar na mão do aumento de impostos. A diferença que possa faltar [no orçamento] pode ser suprida com o repatriamento de recursos”, sugeriu.
Para Skaf, a aprovação da admissibilidade do impeachment pelo Senado e o afastamento de Dilma trarão um ambiente de maior confiança ao país, que deve impulsionar a legislação que prevê o repatriamento de recursos de brasileiros no exterior, já aprovada pelo Congresso. Pela lei, quem quiser aderir ao programa de repatriação deve aderir até 31 outubro.
“Isso vai dar uma receita extra para o governo que pode chegar a 50 bilhões de reais. Isso supriria uma eventual diferença que possa faltar no ajuste do orçamento”, afirmou Skaff. Ele negou que seja entusiasta do eventual “desmonte” do Ministério da Indústria e Comércio Exterior, comentada em meio às especulações sobre a reforma ministerial que deverá ser feita caso Temer assuma o comando do país.
“A proposta que deixei foi do fortalecimento da produção e não o desmonte do ministério da Produção [Ministério da Indústria e Comércio Exterior]. O problema do Brasil é recuperar a produção, o emprego, fortalecer a economia e buscar a retomada do crescimento através da produção, do emprego, do trabalho. Lógico que se o Brasil tem um problema e precisa recuperar sua produção – e esse é o maior problema para voltarmos a crescer – a última coisa que se possa pensar é o enfraquecimento do ministério que representa, que estimula a produção”, argumentou.
Para Skaf, o “melhor ajuste” a ser feito é a retomada do crescimento econômico e, para isso, é necessário que as indústrias voltem a produzir.
Da Fiesp/EBC