ECONOMIA CAPIXABA
Findes pede à bancada federal apoio para aprovar Lei do Gás
Terminal de Barra do Riacho (exporta gás GLP e gasolina natural produzidos no ES).
Em 08/08/2020 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia
O projeto, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados, é considerado fundamental para estimular investimentos e gerar empregos, de acordo com estudos da Findes, CNI e Abrace, Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia.
A Federação das Indústrias do Espírito Santo enviou ofício à bancada federal capixaba nesta sexta-feira (7), solicitando o apoio dos deputados federais do Estado, para a aprovação do PL 6.407/13, a chamada nova lei do gás. O projeto, que tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados, é considerado fundamental para estimular investimentos e gerar empregos, de acordo com estudos da Findes, CNI e Abrace, Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia.
“O gás natural tem enorme peso na composição de custos de vários setores da indústria, como mineração, celulose, fertilizantes, petroquímico, siderurgia, vidro e cerâmica, alimentos e bebidas, entre outros. A nova lei vai permitir a redução do preço, com estímulo à concorrência, possibilitando investimentos industriais de R$ 95 bilhões por ano nos próximos 5 anos, segundo cálculos da CNI. Já a Abrace prevê geração de 4 milhões de empregos no país, no período de 10 anos, sendo 15,6 mil somente no Espírito Santo”, afirma a presidente da Findes, Cristhiane Samorini.
O ofício enviado à bancada foi assinado pela presidente e pelo presidente do Conselho de Assuntos Legislativos (Coal) da Findes, Armando Amorim.
A estimativa é que, com a mudança e o estímulo à concorrência, o preço do gás caia 50% em relação à média praticada em 2019, que foi de US$ 14 mm/BTU. Na Europa esse valor é menos da metade, US$ 6,00, e nos EUA, US$ 3,00. Ou seja, o preço no Brasil seria mais competitivo em relação ao mercado internacional.
A medida reduz também o preço do gás de cozinha, o GLP, que tem origem nas mesmas bases de produção do gás natural. O GLP custa, para o consumo familiar, R$ 70,00 o botijão de 13 kg. Isso significa cerca de 7% do salário mínimo. Esse preço poderia cair para R$ 35,00.
Substituir o óleo em usinas
O gás a preço competitivo também poderá substituir o óleo em usinas termelétricas, reduzindo as emissões de dióxido de carbono na atmosfera. É, portanto, uma alternativa energética mais barata e mais limpa.
Aqui no Estado, a queda do preço do gás para a metade do que é hoje permitiria, segundo a Secretaria Estadual de Desenvolvimento, a curto prazo, um consumo adicional de 19 milhões de metros cúbicos por dia.
Há projetos prontos à espera de preços mais competitivos no Estado, como a implantação de usinas termelétricas já licenciadas da Imetame, em Aracruz, e GERA, no Porto Central, a conversão de térmica a óleo e duplicação da capacidade das usinas da TEVISA, em Viana e Linhares, e a implantação de uma fábrica de HBI da Vale, em Ubu, além de outros investimentos em indústrias de cerâmica e plástico.
Vantagens do PL 6.407/13 (Brasil)
Impactos Econômicos
Em um cenário de queda de 50% dos preços, em relação à média de 2019 (US$ 14 mm/BTU), os seguintes impactos são esperados:
- Investimentos, pela indústria energo-intensiva, de R$ 95 bilhões em média (anual), nos próximos 5 anos, chegando a R$ 150 bilhões em 2030 (CNI);
- Geração de 4 milhões de empregos em 10 anos (Abrace)
- O consumo do gás pelo setor industrial energo-intensivo deverá triplicar até 2030, podendo chegar a 62 milhões de m3/dia (CNI)
- Potencial de reverter o atual déficit na balança comercial das indústrias grandes consumidoras de energia, podendo atingir um superávit de R$ 200 bilhões de reais em 2030. Por outro lado, se os preços se mantiverem, o déficit continuará a se deteriorar, podendo atingir o valor de R$ 250 bilhões (CNI)
Ociosidade na infraestrutura do Gás
(Dados ANP 2018)
- Unidades de processamento de Gás Natural (UPGN)
Capacidade 2018 – 95 MMm3/dia / ociosidade de 35% - Terminais de GNL
Capacidade 2018 – 41 MM m³/dia / ociosidade (2014-2018) de 63% - Transporte
Ociosidade: 54%
Investimentos em infraestrutura previstos pelo governo
(Dados atualizados da EPE – PDE 2029)
TOTAL DE R$ 43 bilhões
- Gasodutos de escoamento – R$ 13,5 bilhões
- Terminais de GNL – R$ 13,5 bilhões
- Gasodutos de transporte – R$ 17,6 bilhões
- Unidades de processamento de Gás (UPGN) – R$ 11,1 bilhões
Impactos Ambientais
O gás competitivo poderá estimular a substituição de fontes energéticas mais poluentes pelo gás natural (Dados CNI)
- O gás competitivo pode substituir até 50% do carvão, 80% do óleo combustível e 80% do GLP na siderurgia.
- O gás competitivo pode substituir até 100% do óleo combustível na indústria de vidros.
- O gás competitivo pode substituir até 50% óleo combustível, 50% do GLP e 25% do Coque de Petróleo na indústria do alumínio.
- O gás competitivo pode substituir até 80% do carvão, 80% óleo combustível, 80% do GLP e 50% do Coque de Petróleo na indústria química.
- O gás competitivo pode substituir até 80% do carvão, 25% da lenha, 50% óleo combustível e 50% do GLP na indústria de papel e celulose.
- O gás competitivo pode substituir até 50% da lenha, 50% óleo combustível e 25% do Coque de Petróleo na indústria ceramista.
- Além disso, o gás natural será o principal combustível de transição para uma economia de baixo carbono, por ser o combustível fóssil que emite a menor quantidade de poluentes. Isto porque o gás natural gera, em média, 27% menos de CO2 que combustíveis líquidos (diesel, gasolina e óleo combustível) e 45% menos de CO2 que carvão, para gerar a mesma quantidade de energia.
Gás de cozinha
Brasil consome 7 milhões de toneladas de GLP por ano, dos quais 2,5 milhões são importados. A abertura do mercado pode quadruplicar a produção de GLP, tornando o país autossuficiente e deixando o GLP mais barato. (Estudo Gas Energy)
Comparativo do custo do GN e GLP (Abrace)
- No Espírito Santo e Rio de Janeiro o gás natural é 50% mais caro que o gás de cozinha
- Em São Paulo o gás natural é 20% mais caro que o gás de cozinha
Vantagens do PL 6.407/13 (ES)
(Abrace e Coinfra, Conselho de Infraestrutura da Findes)
- No Espírito Santo, a queda do preço do gás para a metade do que é hoje, permitiria, segundo a SEDES, a curto prazo, um consumo adicional de 19 Mm³/dia (milhões de metros cúbicos por dia), criando quase 6.870 empregos permanentes.
- Só os projetos prontos à espera de melhores preços do gás no ES somam 18 Mm³/dia, através de investimento direto de US 10,5 bilhões.
- Os principais projetos são: a implantação de usinas termelétricas já licenciadas da Imetame, em Aracruz (5,5 Mm³) e Gera, no Porto Central (4,8 Mm³), conversão de térmica a óleo e duplicação da capacidade das usinas da TEVISA, em Viana e Linhares, implantação de fábrica de HBI da Vale, em Ubu (2,0 Mm³/dia), conversão de processos na Arcelor Mittal, em Tubarão (1,5 Mm³/dia) e mais O,2 Mm³/dia de projetos da Biancogrês, indústria cerâmica, e outras indústrias do plástico.
Essa nova demanda da indústria consumidora sozinha justificaria a implantação de novas estruturas já em estudo na EPE, como:
- Um gasoduto de escoamento na Rota 6a das plataformas até o Porto Central no Sul do Estado, projetado para uma vazão de 12 milhões de m³/dia, com extensão de 119 Km e diâmetro de 14 polegadas, num investimentos de R$ 2,5 bilhões.
- Uma Unidade de Processamento de Gás Natural – UPGN – também com capacidade para 12 milhões de m³/dia, investimento de R$ 2,6 bilhões.
- Um gasoduto de transporte com 480 km de extensão, do sul do Espírito Santo até a região metropolitana de Belo Horizonte, investimento de R$ 3,84 bilhões.
– Esses projetos de nova infraestrutura para gás significam pro ES R$ 9,0 bilhões em investimentos, R$ 1,9 bilhões de aumento na renda e 8.816 empregos novos empregos. (Ascom Findes - Com Abrace, Coinfra, Conselho de Infraestrutura da Findes, Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia)