ECONOMIA NACIONAL

FMI projeta crescimento de 0,2% para o Brasil em 2017.

O crescimento em 2017 será sustentado pela safra de soja

Em 19/05/2017 Referência CORREIO CAPIXABA - Redação Multimídia

O Fundo Monetário Internacional (FMI) projeta um crescimento de 0,2% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e uma expansão econômica de 1,7% para 2018.

“O crescimento em 2017 será sustentado pela safra de soja, pelo aumento do consumo, impulsionado pela liberação das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), uma retomada gradual do investimento e a alta dos preços do minério de ferro”, diz o relatório divulgado hoje (19) pelo fundo.

As projeções para o Brasil estão abaixo do crescimento esperado para a América Latina e o Caribe, uma expansão econômica de 1,1% para a região em 2017 e de 2% em 2018. Para as previsões, o relatório leva em consideração uma modesta queda dos preços das commotities e o aumento das incertezas políticas globais. Para os economistas da entidade, a América Latina passa por um processo de lenta retomada econômica, após um período de recessão.

No Brasil, o documento destaca que a inflação tem caído rapidamente, ficando dentro da meta ao fechar 2016 em 6,3%. O fundo ressalta ainda a emenda constitucional aprovada no fim do ano passado, que limitou os gastos do governo federal. “Essa emenda é bem-vinda, porque tem como objetivo garantir o retorno do superávit primário [economia para pagamento da dívida pública] e da sustentabilidade da dívida”, diz a análise do FMI.

As reformas propostas pelo governo e o progresso da incerteza política são fatores que, na avaliação do FMI, continuaram afetando as perspectivas brasileiras. Nesse sentido, o fundo enfatiza o papel da reforma da Previdência. “É um projeto muito importante. Há uma combinação de fatores no Brasil: Uma tendência demográfica das pessoas viverem mais e as famílias serem menores. O sistema que foi criado décadas atrás precisa ser modificado, atualizado, adaptado para essa nova realidade demográfica”, ressaltou o chefe de missão do FMI para o Brasil, Alfredo Cuevas.

Crise política

O diretor do Departamento do Hemisfério Ocidental do FMI, Alejandro Werner, disse, no entanto, que ainda é cedo para saber como as turbulências políticas vão afetar a agenda de reformas e a economia nos próximos meses. “É mais sábio esperar e ver como as coisas se desenvolvem. Então, com o cenário mais claro, avaliar a situação”, disse, durante apresentação do relatório.

Ontem (18), o Supremo Tribunal Federal (STF) homologou as delações premiadas dos empresários Joesley e Wesley Batista, donos do grupo JBS, em que envolvem o presidente Michel Temer. A partir do conteúdo dos depoimentos e de um áudio de uma conversa gravada entre Joesley e o presidente, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin decidiu abrir inquérito para investigar Temer.

“A sociedade tem que achar um caminho para continuar implementando esse programa para que, em poucos anos, a economia brasileira se reestabeleça em um caminho de crescimento econômico sustentável. Achamos que chave para o Brasil é focar nas reformas”, ressaltou Werner, ao comentar a possibilidade de haver mudança no comando do país devido à crise política.

Os escândalos de corrupção envolvendo empresas brasileiras também tiveram reflexos negativos na economia do Peru. “Obstáculos domésticos relacionados ao esquema de propinas a políticos em conexão com a companhia brasileira Odebrecht, junto com as piores inundações e deslizamentos em décadas, podem freiar os investimentos e o crescimento em 2017”, diz o documento sobre a situação do país vizinho.